terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2009

2009 foi sobretudo um ano de descobertas. Começou de uma maneira meia louca que acabou por definir muita coisa que viria a acontecer nos tempos seguintes. Brindámos a nova vida, o novo ano, "2009, o ano das mulheres e dos homens solteiros!".

Não será certamente um ano que se vai desvanecer na minha memória facilmente. Foi o ano em que fiz dezoito anos. Foi o ano em que descobri que nada nem ninguém é inacessível. Foi o ano em que concluí que gostar de alguém é muito diferente de ser obcecado por alguém e que, para amarmos realmente alguém, é preciso primeiro amarmos a pessoa que somos. Foi o ano em que descobri que há pessoas que só gostam delas mesmas e que, ainda assim (ou talvez por isso), conseguem ser felizes. Foi o ano em que se realizaram dois dos acontecimentos pelos quais esperei grande parte da minha adolescência: a viagem e o baile de finalistas. Foi o ano em que cometi grandes loucuras junto de pessoas fantásticas que me fizeram ver que “a vida deve ser levava com um olhar de puto”. Foi o ano em que senti o que é viver um dilema de verdade. Foi o ano em que percebi que as más pessoas realmente existem. Foi o ano em que percebi que "a palavra saudade nem toda a gente sente". Foi o ano em que descobri que uma das minhas melhores amigas está grávida e que eu vou ser a madrinha. Foi o ano em que o meu pai se casou pela terceira vez. Foi o ano em que entrei para a Faculdade. Foi o ano em que me afastei de muitos dos meus amigos e em que mudei a ideia que tinha pré-concebido sobre a vida académica. Foi o ano em concluí que desistir é sempre o caminho mais fácil, mas que com força de vontade nada é impossível. Foi o ano em que conheci muita gente nova, mas que grande parte dela preferia não ter conhecido. Foi o ano em que, finalmente, conheci Londres. Foi o ano em que me apercebi do quão importantes são os amigos e de como a vida é muito mais fácil se eles estiverem perto de nós. Foi o ano em que me apaixonei. Foi o ano em que tomei decisões e optei por caminhos que nunca pensei ser capaz. Foi o ano em que perdi uma amiga, mas em que ganhei um amor. Foi o ano em que cometi erros, daqueles de que me vou arrepender até ao fim dos meus dias e daqueles que só me fizeram crescer e melhorar. Foi o ano em que descobri a verdadeira essência da amizade. Foi um ano em que me desiludi muito, mas que me surpreendi ainda mais.

Os anos passam e, ao contrário do que muita gente pensa, eu acho que é bom vê-los passar. Sejam melhores ou piores, há sempre uma lição a reter, há sempre um bocadinho ou outro de saudade que acaba por ficar. E o melhor de tudo: é sinal de estamos vivos e que continuamos a ser pessoas activas neste pequeno grande mundo que nos rodeia. Falo por mim e quero muito mesmo continuar a ver os anos passar e a vivê-los com cada vez mais intensidade, a errar e a aprender com esses erros, a ser feliz e a contribuir para a felicidade daqueles que amo. Espero muito sinceramente que o melhor de 2009 seja o pior de 2010, não só para mim, mas para todos, para o Mundo. E vou continuar a lutar, todos os anos, todos os dias, por um Mundo melhor.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Again

Passada esta época natalícia, volta a rotina, o quotidiano, a vida vulgar e monótona de sempre.
Estou outra vez mal (se calhar o meu amigo Anónimo vai ficar feliz quando ler isto!). Sim, desiludi-me outra vez, ou melhor, desiludiram-me outra vez. E isto vai acontecer sempre, vezes sem conta, até ao dia em que eu aprender a não me iludir. Se eu não esperar nada das pessoas, elas nunca me desiludem. O máximo que podem fazer é surpreender-me! O meu primo bem que tenta incutir-me esta filosofia, mas não vale a pena. Eu só vou aprender quando a ferida for tão grande e insustentável que eu já não consiga viver com ela.
Da última vez prometi a mim mesma que seria, de facto, a última vez. Prometi que nunca mais ninguém iria brincar comigo, com os meus sentimento. Mas aconteceu outra vez! E agora o que é que eu faço? E o pior é que eu achei que se acontecesse de novo eu já estaria preparada e pronta a defender-me da melhor maneira. Mas não. Estou sem chão.
É horrível isto que fazem comigo. Esperam que eu me afeiçoe, que eu comece a gostar, que eu me apaixone, que eu já não possa viver sem... E depois, záz!, a facada. Bem no meu coração. Porquê? Para quê? Qual é o prazer que alguém pode sentir em fazer outra pessoa sofrer?
Desta vez eu achava que era diferente. Fui com calma, muita calma até (pensava eu). Demorei muito a gostar, mas quando comecei foi para valer. Quando dei por mim, já fazia parte da minha vida e eu não podia fazer nada para o mudar. Era tarde demais. É tarde demais.

And so it was Christmas...

O balanço é positivo. Correu tudo muito bem, excepto a minha pobre mãe ter passado a véspera e o dia de Natal de cama. Fora isso, tudo maravilho! Foi óptimo estar com aqueles membros da família com quem raramente estou. É por isso que gosto do Natal. Adoro os meus primos e tenho muita pena de não me poder reunir com eles todos mais vezes... Enfim, o meu primo "artista", como lhe chamam, diz que me quer levar com ele para NY porque acha que eu tenho um futuro à minha frente como actriz (sim, sim ele não bate lá muito bem!). Quanto às prendinhas, foram o costume! Nada de grandes surpresas. Mas é fantástica toda aquela confusão que se instala enquanto se entregam os presentes! E mais fantástica ainda é a desarrumação em que a sala fica, com embrulhos amachucados por toda a parte. A comida excelente como é desde que me lembro (acho que engordei no mínimo uns três quilinhos!).

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Smells like Christmas #5

E pronto, aqui estou eu para desejar ao Mundo um Natal muito muito feliz! Apesar de que para mim o verdadeiro Natal é só amanhã à noite. Eu passo a explicar: a minha família é enorme. Tios, tias, primos, primas, respectivos maridos/namorados e mulheres/namoradas, filhos e filhas dos primos e primas, ect... Enfim, um montão de gente que só visto! Por este motivo, chegou-se à conclusão de que a única maneira de reunir todo este povo seria num dia, ou melhor, numa noite, em que ninguém tivesse outros compromissos. E quando é que isso acontece? Dia 25 à noite. Assim sendo, amanhã por esta hora já estarei eu rodeada da minha maravilhosa família materna, com um calor insuportável (dada quantidade de gente para uma sala não tão grande) apesar da insistência para não se acender a lareira, mas não "ah é tal é Natal, tem de haver a lareira!"... Apesar de tudo é uma das melhores noites do ano e o espírito que se faz sentir é incrível.
O almocinho de amanhã é dedicado à família do papá e hoje o jantar é com os membros da família que não têm outros planos. Este ano decidiu-se que seria em minha casa, o que me trouxe algum trabalho extra. Mas pronto, é Natal ninguém leva a mal, nem mesmo eu!
Bem, tenho de ir porque lá dentro já me chamam. O bacalhau de quem nada gosto já está à minha espera! A sorte é que a minha queridissima avó fez o seu especialissimo arroz de polvo.
Bom Natal a todos!

Smells like Christmas #4


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Smells like Christmas #3

Pai Natal, Pai Natal, o que é que eu te fiz de mal?

Amigas

"Tem calma, vais ver que no fim tudo fica bem... Porque tu és uma princesinha e a tua vida tem que ser um conto."


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Dias maus

Para mim, este é o dia mais feio do ano. Não só por causa da chuva, do frio, do vento e da trovoada que me fazem tremer o coração, mas também e principalmente por tua causa. Digo principalmente porque contigo ao meu lado, até dias feios como este eram os melhores.
Voltas?

Smells like Christmas #2


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

S.

Tenho saudades tuas.
No outro dia disse-lhe isso e ele respondeu-me: "Tens saudades dela?! Então porque é que não lhe dizes?". Porque tenho medo. Sim, tenho medo da tua frieza, do teu olhar de desprezo.
Gosto tanto de ti e acho que não aproveitei todas as oportunidades que tive para to dizer enquanto éramos amigas. Eu continuo a ser tua amiga. E continuarei a ser sempre, até quando a memória mo permitir. Eu gosto muito de ti. Todos os dias penso na forma como a nossa amizade se desvaneceu. Penso nas palavras que disseste e que foram como facas afiadas no meu coraçãozinho frágil. E penso na culpa que eu tenho e na culpa que tu tens. E penso que, se calhar, se fossemos pessoas diferentes, hoje ainda seriamos amigas. Eu queria tanto! Juro que queria. Já passaram dois meses. Se calhar mais, se calhar menos...
Continuo e perguntar-me todos os dias o porquê de tudo isto. Não me arrependo de nada e acho que as minhas opções valeram a pena. Só acho que tudo poderia ter sido diferente. Se tu estivesses disposta a ceder ou até a perdoar-me (apesar de que eu acho que não fiz nada de mal para ter de te pedir desculpa), eu esquecia estes dois últimos meses - talvez mais, talvez menos - em prol de tudo voltar ao que era antes.
Eu continuo a ser tua amiga. E tu?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Conclusão #5

Há dois tipos de pessoas: as que querem usar os outros e as que querem ser usadas pelos outros.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

I gotta feeling that tomorrow will be a better day

Sem chão

Hoje senti-me impotente, triste e desapontada comigo mesma. A mãe de uma amiga minha dirigiu-se a mim e perguntou-me se eu sabia o que se passava com ela (com a minha amiga) porque acha que ela ultimamente anda muito em baixo, tanto que, no outro dia, teve dois ataques de choro e dos grandes. Disse-me que ela anda muito ansiosa e queria saber se eu, como grande amiga dela que sou, sabia do que se tratava.
Foi como se o mundo tivesse caído sobre a minha cabeça. Fiquei chocada e, mais ainda, fiquei muitíssimo preocupada. Porquê? Porque não me apercebi de nada, nunca me passou pela cabeça que a minha tão grande e boa amiga pudesse estar deprimida. Fiquei sem saber ao certo o que dizer à mãe dela. Tentei disfarçar o meu embaraço e lá lhe disse que ela não é muito de se abrir com as pessoas, nem mesmo como as pessoas mais próximas, que é meu caso. Mas que ainda assim, vou fazer de tudo para descobrir o que se passa e tentar ajudar.
Gosto mesmo muito dela e estou preocupada a valer. É que ela parece-me sempre tão bem e tão feliz... Nunca dá a entender que alguma coisa de mal se passa. E é muito mau quando as pessoas guardam as mágoas todas para elas. É melhor chorar, gritar e espernear. No final sentimo-nos sempre mais leves, aliviados e com outra disposição para encarar os problemas de frente. E os amigos servem exactamente para isso, para ouvir os gritos, secar as lágrimas e dar um daqueles abraços bem apertados.


(E como se não bastasse isto tudo, sinto que, infelizmente, a minha pseudo-relação de um mês e pouco está a dar as últimas.)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ilusão

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, o que dá p'ra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.

De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.

Toquinho e Vinicius de Moraes

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Perguntas e respostas

"- Estás apaixonada por mim?
- Olha, vem aí o teu autocarro!"

domingo, 1 de novembro de 2009

Tenho a dizer que:

- Neste momento ODEIO a minha irmã. (E vou continuar a odiá-la enquanto me lembrar do quanto ela me tem infernizado a vida ultimamente)

- Estou naquela fase estúpida em que vou a andar sozinha na rua com um sorriso de orelha a orelha estampado na cara. Sinto-me um bocado constrangida quando reparo que as pessoas olham para mim com aquele ar de quem está a pensar "coitadinha, tão nova e já neste estado!".

- O meu querido Anónimo deve ter falecido, já que não dá noticias há muito tempo. Estou desolada.

- Já estou a fazer a selecção da reportagem fotográfica da minha viagem a Londres, por isso em breve posta-la-ei.


Acho que é só. Beijinhos, abraços e muitos palhaços.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Blue



«People with blue eyes last the longest in relationships. They are kind, pretty or handsome, very good kissers and are really hot. They are very funny, outgoing and don't care what people think or say. They love to party. They are very satisfying and love to please. Are straight up warriors when they need to be. They are bad to the bone. Peaceful with low phisical endurance. Spirtual intense computer lover.»

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ao ouvido

"Gosto de ti muito muito muito muito!"

domingo, 18 de outubro de 2009

I believe in a thing called love

A minha prima Dafne casou-se. Fui a Londres de propósito para a cerimónia. E não me arrependo minimamente. Fez-me bem ver a Dafne tão feliz e fez-me bem conhecer o Josh, o noivo. Eles são a prova de que o verdadeiro amor ainda existe e que se nos esforçarmos um bocadinho conseguimos acreditar (ou voltar a acreditar) nele. Muito resumidamente a história deles é esta: ela foi para Inglaterra estudar para a escola do Exercito da Salvação, conheceu-o lá, tornaram-se colegas e depois amigos, mais tarde apaixonaram-se, começaram a namorar, agora casaram e estão mais apaixonados do que nunca.
O casamento foi lindo, tão lindo que até me fez chorar. Lá (no Exercito da Salvação) as cerimónias são diferentes das da Igreja Católica. A marcha nupcial foi a música I believe in a thing called love e a missa foi acompanhada com slides onde passavam as letras das músicas que iam sendo cantadas por todos nós. Foi mesmo bonito!

Quanto a mim, tentei aproveitar estes dias fora da minha "realidade" para pôr as ideias em ordem. Mesmo assim ainda tenho muita coisa por resolver, muitas problemas por solucionar e muitas respostas por dar. Estou com a cabeça a mim e as circunstâncias não têm ajudado. Enfim, resta-me acreditar que tudo há-de melhorar. Força, muita força!


(Mais tarde posto a reportagem fotográfica!)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

I've requested a "Sex And The City" quote

“Are there some women put in the world just to make you feel bad about yourself?”
(Realmente parece-me que sim!)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

True ou false?!

They say true love is suicide.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

E é isto :)

"Maybe our mistakes are what make our fate. Without them, what would shape our lives? Perhaps if we never veered off course, we... wouldn't fall in love, or have babies, or be who we are. After all, seasons change. So do cities. People come into your life and people go. But it's comforting to know the ones you love are always in your heart. And if you're very lucky, a plane ride away."


(Ah, querido anónimo, tenho a informar-te que pus os meus queridos amigos a par desta situação e estamos todos a trabalhar arduamente para desvendar a tua identidade. LOL)

domingo, 27 de setembro de 2009

Foi

"Foi como foi e o que se passou, passou
Memórias que ficaram, cicatrizes que deixou

Melhores dias se esperam, conto o melhor p'ra ti

Deito a semente à terra mas é para a ver florir"






Se parar é morrer, posso gritar "EU EXISTO"!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Hoje...

"Eu sou a primeira e a última
Eu sou a venerada e a desprezada
Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu sou a mãe e a filha
Eu sou os braços da minha mãe
Eu sou a estéril e os meus filhos são numerosos
Eu sou a bem casada e a solteira
Eu sou a que dá à luz e a que jamais procriou
Eu sou a consolação das dores do parto
Eu sou a esposa e o esposo e foi o meu homem quem me criou
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmã do meu marido e ele é o meu filho rejeitado
Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a magnifica."


Hino a ísis, século III ou IV (?)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Praxes

"Declaração conjunta dos órgãos de gestão

Os órgãos de gestão da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto vêm por este meio tornar público e notório o seu repúdio por toda e qualquer actividade dita de "praxe académica" que envolva humilhação, rebaixamento ou alguma outra forma de menorização de outrem, ainda que realizada sob presumido consentimento dos visados, porquanto se entende que a prática desse tipo de actos, seja de forma simulada ou efectiva, é incompatível com valores que a Faculdade procura formar e que são indissociáveis do exercício das profissões de base social e humana, de que é exemplo magno o respeito pelo outro.
Mais, além de por vezes propenderem para a tipificação de crimes públicos, os actos em causa são sempre atentatórios de direitos inalienáveis de quem a eles está submetido e de quem a eles assiste, designadamente daqueles consignados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde se estabelecem os deveres de salvaguarda da igualdade de direitos, de protecção da dignidade e valor da pessoa humana, e de acção para com o outro em espírito de fraternidade.
Dando eficácia à deliberação conjunta dos órgãos da Faculdade, esta declaração será tornada pública pelo Conselho Directivo no início de cada ano escolar, pelos meios que melhor garantam a sua ampla disseminação junto da comunidade académica.

Porto, 15 de Julho de 2009

Os presidentes dos órgãos de gestão da FPCEUP"


Creio que os queridos Senhores Doutores (como eles gostam, ou melhor, exigem ser tratados) da minha ainda mais querida Faculdade, ainda não têm conhecimento deste documento.

?

Quem és tu, Anónimo?

-.-

É oficial. Estou sozinha. Quando preciso de um pequeno favorzinho, onde estão as amigas? Não estão. Assim, fácil! Como se custasse muito ir comigo à minha faculdade só para eu ir ver os meus horários. Como se não bastasse o facto de grande parte dos meus amigos se terem ido embora, os que ficaram é como se também tivessem ido! Enfim... Umas põem os namorados à minha frente, outras vêm com a história do "ah e tal sou muito concorrida, não tenho tempo para ti". E eu, como sempre, acabo sozinha. Fixe! Será que ninguém entende que eu estou um bocado perdida nesta minha nova fase?!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pain

De repente comecei a chorar muito. As lágrimas caiem-me a uma velocidade nunca vista. Estou a soluçar compulsivamente e já sinto a respiração a falhar. Tenho o coração apertado. Dói-me muito. Ninguém sabe o que sinto. Ninguém sabe o que é amar alguém com todas as forças e não poder admiti-lo. Ninguém sabe o que é amar alguém e saber que esse alguém só nos usa para satisfação de algumas das suas necessidades. Ninguém sabe o que é estar desesperada ao ponto de achar que isso “é melhor que nada”.

domingo, 13 de setembro de 2009

A despedida

Estávamos todos juntos. Apesar de o negarmos, sabíamos que, inevitavelmente, com as entradas nas diferentes faculdades e nas também diferentes cidades, nos iríamos afastar. Uns mais do que outros, sim!
Sem se me deixar saber porquê, ele decidiu ir-se embora. Logo ele, logo a pessoa de quem eu me vou afastar mais rápida e facilmente. Tentei disfarçar o meu desespero, o meu medo de o perder para sempre. (Sei que é isso que vai acontecer.) Meti-me com ele, disse-lhe para arranjar um sofá bem confortável na futura casa dele em Lisboa porque eu ia aparecer-lhe por lá num destes dias. Ele sorriu e disse que sim, que era só eu lhe mandar uma mensagem quando quisesse. (O que eu queria era que ele não se fosse embora.) Deu-me dois beijinhos. Os últimos. Afastou-se e foi despedir-se do resto do grupo. Eu fiquei a observá-lo. Quando já se tinha despedido de todos, voltou a olhar para mim, com aquele olhar tão especial. Sorriu, acenou e disse-me "Até Lisboa!". Senti uma enorme vontade de chorar, não sei bem porquê. Voltei a disfarçar. Diverti-me muito no resto da noite com os que ficaram por lá. Cheguei a casa. Adormeci. Sonhei toda a noite com ele.
Tenho consciência que o que existia entre nós acabou, se é que chegou a existir. Mesmo assim, odeio, sempre odiei e sempre odiarei despedidas. Se pudesse ficava a vida toda bem agarradinha às pessoas que amo.

Entrei...

... em Psicologia no Porto! Estou feliz apesar dos meus queridos do coração irem todos para fora.

sábado, 5 de setembro de 2009

Conclusão 4#


Se te deitares com o Diabo, acordas no Inferno.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(a)perto



14/08/2009

Cheguei agora a casa. São cinco da manhã e passei a minha última noite numa esplanada fechada, numa intensa partilha de histórias de vida. Fez-me bem. Agora sinto-me mais leve.
Odeio despedidas, como bem sabes. Refugiei-me no gelado de dolce de leche e subi para o terraço - ouvi falar de uma chuva de estrelas! Deito-me no chão. Não há céu tão brilhante e estrelado como este. Contemplo-o. Cai uma estrela. Sorrio e peço um desejo: não quero passar o resto da minha vida sem te ver. Cai-me uma lágrima do canto do meu olho direito. Arrepio-me. Não sei se é o medo de te perder no espaço e no tempo futuros ou se é pura e simplesmente frio.
Desço e deito-me nesta cama pela última vez. Amanhã é dia de partir.

Até já...


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Algarve e Lisboa 2009

Praia do Barril, Aldeamento de Pedras d'el Rei, Tavira, Algarve


O nascer do sol (desfocado) em Santa Luzia visto da Ria Formosa


Algures nos jardins do Museu do Traje em Lisboa

terça-feira, 18 de agosto de 2009

De volta (por pouco tempo, espero)

E cá estou eu novamente. Muito mais fresquinha e moreninha depois de mais ou menos duas semaninhas na vadiagem. Primeiro Algarve, depois um fim-de-semanazinho em Lisboa, cidade que eu tanto amo... E foi muito bom! Muita borga, muita loucura, muitas noites mal dormidas, muitos dias de praia até o sol se pôr, muitas horas no mar, muitas "imperiais" (sim, porque lá no Sul eles não sabem o que é um "fino"), muitas caipirinhas e, acima de tudo, muitos amigos, uns já conhecidos, outros aquisições mais recentes. Enfim, boa gente, sempre bem-dispostos e prontos para a festa! Conheci pessoas de norte a sul do país e nas despedidas ficaram as promessas de nos visitarmos mutuamente para reviver estas grandes férias. Para o ano há mais Algarve e vai ser tão bom ou ainda melhor que o deste ano, tenho a certeza!
Agora resta-me planear o resto das minhas férias. Tenho e quero ir à terrinha, visitar o meu querido pai de quem tenho muitas saudades e os meus amigos de sempre. Também tenciono ir lá acima a Moledo e a Caminha ver quem é que por lá para. No inicio de Setembro estou batidinha em Lisboa para visitar amigos e apoiar o meu priminho do coração na estreia de mais uma das suas curtas metragens.
Ai ai e é assim! Agora vou dormir que ainda me faltam repor umas boas horinhas de sono! Depois conto mais novidades!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Hoje sim!

Ora muito bem, hoje é dia de festa! A minha querida V faz anos por isso hoje o meu post é maioritariamente dedicado a ela. Ontem lá fui eu à santa terrinha dela para, como boa amiga que sou (sou, não sou?!), fazer uma surpresa à menina e juntamente com as minhas outras queridas, passar a meia noite com ela. Ela gostou e estava a precisar de um miminho destes. Mais logo a noite promete! Para a V uma festa de anos e para mim uma despedida, já que amanha parto para o Algarve e só volto a ver os meus queridos do coração daqui a quinze dias.
À parte disso, hoje candidatei-me à faculdade. Vamos ver no que isto dá... Mas também agora não vou mais pensar nisso! Saiu-me um grande peso de cima e agora quero é curtir o restinho das minhas férias!
Vou dando noticias :) Bacci *


(GOSTO MUITO DA MINHA V E QUERO QUE ELA SEJA MUITO FELIZ!)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Shake it!

Estes últimos dias que passaram foram do melhor. Estive em Trás-os-Montes, numa terrinha chamada Salto, com o meu grupo de amigos de sempre (menos a minha queridissima V, que fez muita falta!). Falamos muito. rimos muito, dançamos, bebemos, passeamos, vimos paisagens lindissimas ao som de grandes musicas e comemos muitissimo bem. As pessoas foram super simpáticas connosco, sempre com um sorriso estampado nas caras, o que sabe sempre muito bem!Eu, que só decidi que ía à ultima da hora. fiz muito bem em ter ido. Deu para descomprimir e para me esquecer durante estes dias da confusão em que se encontra a minha vida neste momento. Atreveria-me a dizer que foi um verdadeiro retiro espiritual. Qual Tibete qual quê!


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Bebé a caminho

Não, não estou grávida! Mas vou ser tia. Não, a minha irmã também não está grávida. Quem está é uma grande amiga minha, uma das melhores, daquelas que só não é minha irmã porque não tem o mesmo sangue que eu.
Pois é, aconteceu. Eu já não a via há algum tempo e ela quis esperar para me contar pessoalmente. Está de três meses quase e vai ter o bebé. Eu, quando soube, ia-me dando uma coisinha má! Só não caí para o lado porque estava sentada. Ela disse-me "tenho outra coisa para te contar, vais ficar chocada: estou de bebé!". A minha primeira pergunta: "Estás a falar a sério?!". A resposta foi afirmativa. A minha segunda pergunta: "Vais tê-lo?". A resposta voltou a ser afirmativa. Aí senti um turbilhão de emoções e tive de me esforçar a serio para não desatar a chorar. Felicidade, preocupação, medo, desespero... Abracei-a. Falamos das consequencias da decisão que ela tomou, de como a vida dela vai mudar a partir de agora e que nunca mais vai voltar ao que era.
Passei o dia inteiro com ela. À noite, quando cheguei a casa, ainda não tinha interiorizado bem toda esta situação. Estive a ver fotografias da nossas noites e das nossas borgas e senti uma melancolia enorme por saber que tudo isso acabou. Agora é uma nova etapa da vida dela e, indirectamente, da minha também, porque estou a viver tudo isto muito intensamente. Quero com todas as minhas forças que corra tudo bem e que ela seja muito feliz. Ah! E quero que seja uma menina!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Só um à parte

(Minhas queridas, escusam de estar sempre a dizer que ele tem namorada. Não vale a pena darem-se ao trabalho de sempre que disserem o nome dela acrescentarem "a namorada do (...)". Eu já percebi, juro que já. É que vocês assim tornam-se um bocado repetitivas e isso é um bocado chato. E sabem uma coisa? O que está feito, está feito. E se eu pudesse voltar atrás, faria exactamente o mesmo. ;) Vivam as vossas vidinhas e deixem-nos viver as nossas em paz!)

FÉ-RI-ASSSSSSSSSSSS


Estou oficialmente de férias. FINALMENTE! Agora só quero sol, muita praia, muitas noites e muitos amigos à minha volta... Não quero pensar nem em notas de exames nem em candidaturas para a faculdade - isso vê-se depois!

Vila do Conde

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Conclusão #3


Amar é mais fácil do que falar de amor.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Coisas que me tiram do sério

Bem pior do que ser-se infiel, é ser-se desleal.
(Isso mesmo, continua a querer ter tudo e todos que vais acabar sem nada e sem nenhum.)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Tenho saudades tuas!

E tu, tens saudades minhas?

Hoje senti, mesmo com muita força, a tua falta. E apeteceu-me dizer-to. Mandar-te uma mensagem ou um e-mail, ligar-te ou ir até tua casa atirar pedrinhas contra o vidro da janela do teu quarto e esperar que viesses para me ouvires dizer-te “tenho saudades tuas!”. Obviamente que não tive coragem para fazer nenhuma destas coisas… nada faria sentido (pelo menos para ti) dadas as circunstâncias.
Tu não sabes o que é querer algo com todas as forças e não o poder ter. Sim, porque tu é que és o perfeito que sempre teve tudo e todos aos seus pés. Não sabes a sorte que tens e talvez seja por isso que não valorizas ninguém. E talvez também seja por isso que és uma pessoa feliz. De certa forma gostava de ser como tu. Somos diferentes, completamo-nos. Mas por outro lado, acho que nos encontramos nessa diferença e que, apesar de tudo, somos semelhantes. Somos os dois uns incompreendidos. A diferença está na forma como encaramos isso.
Podia estar aqui com mil e uma palavras caras e bonitas para te explicar aquilo que me une a ti. Mas não. Não vale a pena. Prefiro ser inocente ao ponto de acreditar que, um dia, ainda o vou poder fazer pessoalmente, cara-a-cara, olhos nos olhos. Sonho acordada com esse momento. O momento em que vou olhar no profundo azul dos teus olhos e dizer-te “tenho saudades tuas!”.

sábado, 4 de julho de 2009

Dear Karen

Californication


Dear Karen,

If you're reading this, it means I actually worked up the courage to mail it, so good for me. You don’t know me very well, but if you get me started I have a tendency to go on and on about how hard the writing is for me. This is the hardest thing I ever had to write. There’s no easy way to say this so I’ll just say it. I met someone. It was an accident, I wasn’t looking for it, I wasn’t the one who make it a perfect storm. She said one thing and I said another and the next thing I knew I wanted to spend the rest of my life in the middle of that conversation. Now there’s this feeling in my gut that she might be the one. She’s completely nuts in a way that makes me smile highly neurotic, a great deal of maintenance acquired. She is you, Karen, that’s the good news. The bad news is that I don't know how to be with you right now, and that scares the shit out of me. Because if I am not with you right now I have this feeling we will get lost out there. It’s a big bad world full or twist and turns and people have a way of blinking and missing the moment. The moment that could of changed everything. I don’t know what’s going on with us and I can’t tell you why you should waste a leap of faith on the likes of me. But damn you smell good, like home and you make excellent coffee and that has to count for something. Call me!
Unfaithfully yours,

Hank Moody

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Boas acções

Sim, é verdade! Hoje aqui a je fez uma boa acção.
Ia eu muito descansadinha da minha vida a caminho do cafézinho de sempre quando uma rapariguinha se aproxima da minha pessoa e diz: "Boa tarde! Não queres comprar uma rifa para ajudar asgdfgvbd (algo que eu não percebi)?"

Eu: Quanto é que isso custa?
Ela: 1 euro.
Eu: 1 euro?! Isso é muito caro!
Ela: Oh, não é nada!
Eu: E quais são os prémios?
Ela: Isto, isto e aquilo. (também não me lembro dos prémios)
Eu: Que não vão sair a ninguém como sempre, que eu já sei como são estas coisas!
Ela: Sai, sai!
Eu: E isso é para ajudar o quê mesmo?
Ela: A equipa feminina de andebol do Salgueiros...
Eu: Então pronto, se é uma equipa feminina eu compro a rifa, porque se fosse masculina, não comprava!

E ainda lhe dei 10 cêntimos a mais porque a moça não tinha troco! Isto tudo, claro está, no meio de muitos sorrisos.
Lá segui eu a minha rota, com um sorriso estampado na cara e a pensar que, das duas uma: ou hoje acordei extraordinariamente bem disposta ou afinal sou mesmo uma boa pessoa...
Mas (porque tudo na vida tem um "mas") depois desta boa acçãozinha, seguiu-se uma futilidadezinha: uma super limpeza de pele de 1h30m, com direito a massagem e a um relaxamento profundo. Até me sinto outra!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

L.

Há certas coisas que me matam por dentro. Coisas como amizades que parecem ser as mais sólidas do mundo, mas que são abaladas por coisas que, para mim, não fazem o mínimo sentido. É muito difícil ver um amigo desconfiar de nós e é ainda mais difícil vê-lo culpar-nos por alguma coisa de que não temos culpa absolutamente nenhuma. Mas o que dói mais é, sem duvida, querer com todas as forças ajudar esse amigo e ele não deixar. Já para não falar do facto de (afinal) o tal amigo não confiar assim tanto em nós. Sim, é nestas coisas que se vê a verdadeira amizade e o seu verdadeiro sentido. Sinto-me desiludida. Não, não estou chateada, estou magoada, muito magoada. De quem é a culpa? Não sei… talvez de ambas as partes. Mas se calhar mais minha, porque ainda acredito numa definição de amizade que é cada vez menos respeitada e seguida.

Sou uma pessoa muito directa, sempre fui. A vida ensinou-me que essa nem sempre é a melhor opção e que cada vez mais é importante filtrar aquilo que tenciono dizer. Se calhar já magoei muita gente por dizer tudo aquilo que penso, mas se o fiz foi sem dúvida porque me preocupo de verdade com essas pessoas e se calhar, de uma maneira ou de outra, acabei por ajudá-las. Gosto e sempre gostei que as pessoas também agissem dessa forma comigo. Sempre pedi que me dissessem sempre que alguma coisa estava mal, sempre que errava ou dizia ou fazia algo que não estava correcto. Às vezes custa, é verdade. Mas é com os erros que se aprende e acho que é através deste método que (a pouco e pouco) me vou fortalecendo.

Desta vez não foi assim. Eu disse-lhe o que pensava, pedi-lhe para mudar a sua atitude relativamente a um certo assunto. Se calhar não o fiz da melhor forma (sou muito impulsiva e em certas alturas não digo as coisas da maneira mais apropriada), mas pedi-lhe desculpa por isso. Ela, a minha amiga, disse-me que não fazia mal, muito pelo contrário, que achava muito bem o facto de eu ter sido franca com ela. (Supostamente) ficaria tudo bem, o assunto seria esquecido e tudo se manteria normal. Mas não foi isso que aconteceu. Ela afastou-se, tornou-se mais fria. Teve um problema mais ou menos grave, eu tentei ajudar, ela não deixou. Aliás nem sequer me quis contar o que acontecera. Falou-me mal, tratou-me como se eu fosse a causa dos seus problemas. Pedi-lhe que me explicasse o porquê de me tratar desta maneira, mas ela fingiu que estava tudo normal, que eram coisas da minha cabeça. A mim resta-me esperar que ela conclua que, realmente, não agiu da forma mais correcta. Apesar de tudo, eu vou estar aqui de braços abertos, caso ela precise de mim. Porque sim, eu dou valor à amizade e nunca, nunca, aconteça o que acontecer, virarei as costas a um amigo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Conclusão #2


Espiritualidade não é religião. A religião divide as pessoas; acreditar em algo, une-as.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Casamento(s)

O meu pai casou-se pela terceira vez. Eu cá acho que não se fica por aqui! Embebedei-me e diverti-me muito. Agora, passadas a embriaguez e a ressaca, é tempo de encarar a dura realidade.



Eu e o noivo (já eu tinha descalçado os meus queridos tacões de 10 cm)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Conclusão


Aquilo que um não quer, dois não fazem.

sábado, 13 de junho de 2009

Friendship

"Nem sempre conseguimos encontrar-nos no tempo presente, nem sempre tens tempo para mim, mas eu sei que posso contar contigo, que num momento de crise estarás ao meu lado, que voltarás sempre, porque se a vida é um eterno regresso a casa, a amizade é um amor eterno."

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sonhar a dormir

Tenho tido um sonho muito estranho. É a quarta noite consecutiva em que sonho com o mesmo. Quer dizer, não é bem o mesmo. O contexto varia, mas há uma coisa que nunca muda: uma frase. E que frase é essa? – devem estar vocês a questionar. Pois bem, eu respondo-vos: “Vamos parar todos os relógios do mundo para tornarmos este momento eterno…”. É estranho, não é? Eu nunca ouvi esta frase em toda a minha vida, pelo menos que me recorde. E ela aparece-me de variadíssimas maneiras: ora escrita em muros e paredes, ora dita por vozes distorcidas que eu não sei de onde vêm. Começo a assustar-me, apesar de saber que é apenas um sonho. Mas custa-me muito compreende-lo porque se é verdade que eu realmente sou uma pessoa que sonha muito e que quase sempre se lembra dos sonhos, também é verdade que os meus sonhos são sempre relativamente reais ou possíveis de acontecer. Raras são as vezes em que tenho sonhos sobrenaturais. Este sonho atormenta-me, devo confessar.

sábado, 6 de junho de 2009

Agora.


"Nessa fase da minha vida, atravessava momentos de total esgotamento. Não pensava em nada nem em ninguém. Não percebia o que me rodeava. Eu existia, mas não sabia quem era esse eu. Havia alturas em que nem sequer sabia que estava viva. Quase não recordo pormenores desses dias. Não havia nada suficientemente valioso para eu poder armazenar nas células cinzentas da memória."


Os Filhos da Droga, Christiane F.

domingo, 31 de maio de 2009

Baile de Finalistas


Que baile, que noite, que bar aberto, que moca, que amizade...
Não tenho palavras para descrever a noite de ontem, não tenho mesmo. Foi muito mais do que uma simples noite de gala. Foi um convívio entre amigos, colegas, professores e afins, um convívio que tão cedo (ou se calhar nunca mais) vamos voltar a viver. Os brindes que fizemos dizem tudo: muita festa, muitas mocas e, sobretudo, muita amizade para sempre!
Porque apesar de eu saber que há pessoas que fizeram parte dos meus anos de escola, que provavelmente nunca mais vou ver nem ouvir falar, também sei que, por outro lado, há outras que vão estar sempre do meu lado, independentemente de todas as distâncias. São amizades para a vida, porque tudo aquilo que vivemos e partilhamos foi forte demais para ser esquecido ou posto de parte. Seja por bons ou maus motivos, é a vocês que tenho de agradecer a pessoa que, hoje, sou. Foi ao vosso lado que ao longo dos anos fui construindo o minha personalidade. Foi com vocês que experienciei alguns dos momentos mais fantásticos da minha vida. Foram vocês que me ensinaram a olhar para as adversidades que surgem com outros olhos. Foram vocês que sempre que eu caí, me estenderam a mão para me ajudarem a levantar. Por isto tudo e por muitos outros motivos que agora a emoção não me permite enumerar, obrigada!
É o fim de uma fase. É o inicio de outra. Espero que o melhor de tudo o que já aconteceu seja o pior de tudo o que ainda vai acontecer, tanto para mim como para vocês, meus meninos do coração!
Estou emocionada, sim. Mas chega de lamechices! Eu sei que ainda vêm por aí grandes momentos e sei que, aconteça o que acontecer, vamos estar sempre juntos.
"Unidos pelas mocas, vai ser sempre assim!"

terça-feira, 26 de maio de 2009

Desistir


«... essa outra tentação de passar para o lado de lá, sem nenhuma dor, apenas como quem desiste de se segurar às margens do mundo e se deixa afundar.»
in Memorial do Convento, José Saramago


domingo, 24 de maio de 2009

Força

A fragilidade humana é a raiz da sua força.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

.

Estou farta. Estou cansada, aliás estou saturada. É a pior fase de todas, esta que estou a viver. Nada está a correr bem. Estou cansada da escola, dos testes, dos trabalhos e afins. Não tenho um rumo traçado, não tenho objectivos para o meu futuro, não faço a mais pequena ideia de onde vou estar daqui a meia dúzia de meses. Estou desmotivada, sim é isso. E acho que é por isso que já não me consigo concentrar nos estudos. E não é só isso. Sinto-me sozinha no meio da multidão. Está toda a gente feliz e apaixonada, menos eu. Minto, apaixonada estou, mas não conheço a sensação de felicidade há um bom tempo. Claro que fico contente sabendo que todos à minha volta estão de bem com a vida finalmente, mas não deixo de me sentir extremamente frustrada por só os outros conseguirem e eu não. Tu, que apesar de estares tão perto de mim, estás cada vez mais distante. As nossas conversas com duplos sentidos estão a tornar-se cada vez mais frequentes. Sem ninguém saber, falamos de tudo o que se passou. E isso mata-me por dentro. Acredito que encares tudo de maneira diferente da minha. Acredito que olhes para tudo o que se passou com uma certa frieza. Acredito que tenhas deixado tudo no passado. Mas eu não sou assim. Eu acredito piamente que nada acontece por acaso. Não faço nada por fazer, ou pelo menos tento. Não quero ser assim. Quero mudar. Se estou mal tenho plena consciência de que a culpa é exclusivamente minha. Já me disseram que estou demasiadamente presa ao passado. Não sei se será esse o problema. Não sei qual será. Estou a desesperar. Acho que é o fim.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

broken fairytale


«So of course, you were supposed to call me tonight,
You were supposed to call me tonight,
We'd have gone to the cinema,
And afterwards the restaurant,
The one you like in your street.

We'd have slept together,
Had a nice breakfast together,
And then a walk in the park together,
How beautiful it would have been.

You would have said: "I love you",
In the cutest place on earth,
Where some little vines are dancing with the fairies.

I would have waited like a week or two,
But you never tried to reach me, no,
You never called me back.»



Soko - I'll Kill Her

terça-feira, 12 de maio de 2009

Sweet Memories



Porque recordar é viver e porque estes dias e estas noites vão ficar para sempre gravadas em mim... Saudades, muitas saudades!

P.S.- Para quem não sabe, eu sou a rapariga de preto que está a dançar com a de branco lá no meio 8D

domingo, 10 de maio de 2009

Amor (?)

O que eu sinto por ti é muito simples...



Tão simples que não dá para explicar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Há tanta coisa por dizer...

Hoje voltei a lembrar-me de tudo. Não te vou dizer que foi mágico, não te vou dizer que foste especial. Mas foste único, disso tenho a certeza.
Hoje estavas sentado à minha frente, estavas a falar comigo e eu estava a responder-te, naturalmente. Mas eu não estava ali. Estava bem longe. Estava a pensar em tudo o que se passou e, sobretudo, estava a pensar na nossa capacidade de agir como se nada tivesse acontecido. Nunca chegamos a falar daquilo que houve entre nós naqueles dias, naquele sítio. Nunca falamos sobre isso e, no entanto, agimos como se tudo tivesse ficado esclarecido. Mas não ficou. Nem para mim, nem para ti… Ainda há tanta coisa por viver!


Há tantas coisas que nunca te disse. Flutuo por este noante em busca dessas palavras a menos, atravessadas entre nós como um longo corredor de prisão.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

sábado, 2 de maio de 2009

Tempo


A má noticia é que o tempo voa. A boa noticia é que somos nós os pilotos.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Hoje...

...estou assim… Noutro mundo! Já me ri por tudo e por nada. Já tive vontade de chorar. O meu dia, a minha vida não passa disto, de uma montanha-russa de sentires, de mudanças bruscas de humor, de sorrisos que escondem mil e uma lágrimas e de lágrimas que comunicam momentos de extrema euforia. Já fui uma pessoa estável. Já não o sou. Não sei se é pela situação que estou a viver, pelo acumular de circunstâncias menos agradáveis e mais stressantes ou se é o destino. Eu já nem sei se acredito no destino, vejam lá! Estou confusa. Sim, confusa. Não sei o que pensar de mim mesma. Não sei a minha definição. Olho para a minha essência e nada mais vejo que uma imagem desfocada. Eu já não sei quem sou, é esse o meu problema. Nos últimos tempos tenho-me predisposto a agir de formas a que, analisando os meus supostos valores de ética e moral, chamaria de estranhas ou no mínimo, duvidosas. Estarei a mudar? Não sei nem quero saber, muito sinceramente. Eu nunca gostei de mudanças, apesar de estar sempre a dizer aos outros e até a convencer-me a mim de que vou e tenho de mudar. Se calhar, aquilo que eu dizia da boca para fora está (finalmente) a acontecer.
Hoje estou assim… dói-me a cabeça, não quero que me chateiem. Só quero estar sossegada no meu canto, a ouvir o meu reggae e a fumar o meu cigarro.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Lições

Exemplos estapafúrdios do Prof. de Psicologia, mas que fazem todo o sentido:

"O Ti António morreu.
A Ti Maria chora e grita; O Ti Felismino está em silêncio.
Quem é que sofre mais?"


(As nossas emoções são controláveis até a um certo ponto, ao contrário dos nossos sentimentos que, apesar de menos intensos, duram, duram, duram...)

domingo, 26 de abril de 2009

Look!

Para de falar comigo como se não se tivesse passado nada e tudo estivesse na mesma. Para de brincar comigo como se não me tivesses magoado. Para de fingir que está tudo bem quando sabes perfeitamente que está tudo diferente. Para de ter essa postura de homem maduro e corajoso quando tens perfeita noção de que me estás a dever uma conversa bem séria há muito tempo. Para de olhar para mim com esses teus olhos… Esses teus olhos que me fazem sonhar com um mundo nosso bem diferente do real. Esses teus olhos em que eu me afogo perdidamente sem sequer ter outra alternativa. Não percebes que assim é muito mais difícil? Eu não sou de ferro e tu provocas-me. Tu pensas que me dominas. Mas estás enganado… É o teu olhar que me domina.


Parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi embora...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Não partas!

“Quando veio, mostrou-me as mãos vazias, as mãos como os meus dias, tão leves e banais. E pediu-me que lhe levasse o medo. Eu disse-lhe um segredo: "Não partas nunca mais". E dançou, rodou no chão molhado, num beijo apertado de barco contra o cais. E uma asa voa a cada beijo teu. Esta noite sou dona do céu. E eu não sei quem te perdeu… Abraçou-me como se abraça o tempo, a vida num momento em gestos nunca iguais. E parou, cantou contra o meu peito num beijo imperfeito roubado nos umbrais. E partiu, sem me dizer o nome, levando-me o perfume de tantas noites mais...”


quarta-feira, 22 de abril de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pain

Tudo aquilo que não te mata, só te pode tornar mais forte;
Tudo não passa de uma etapa que nada tem a ver com sorte;
Todos temos o que merecemos senão perdemos o norte;
Tudo o que não te leva à morte só te pode tornar mais forte.

sábado, 18 de abril de 2009

Homens e Mulheres

"Os homens, porém, não se podem medir pela força dos exércitos que servem, mas pelos motivos que os levam a servi-los. (...) Às mulheres pouco interessa a justiça das causas que levam os seus homens a afastar-se delas. A injustiça e a tirania, só as sente quem anda na rua, quem é homem ou quer ser homem."


Felizmente Há Luar, Luís de Sttau Monteiro

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Só quero... "Ser feliz também"

"Cresça!
Independente do que aconteça,
Eu não quero que você esqueça
Que eu gosto muito de você
Chego
E sinto o gosto do teu beijo
É muito mais do que desejo
Me dá vontade de ficar...
Teu olhar
É forte como água do mar.
Vem me dar
Novo sentido prá viver,
Encantar a noite...
Quero ser feliz também
Navegar nas águas do teu mar
Desejar para tudo o que vem
Flores brancas
Paz e Iemanjá!"

terça-feira, 14 de abril de 2009

Catástrofes


"Não consegui dormir por causa do presságio de algo irremediável. Desde madrugada comecei a contar o passar das horas no relógio da catedral, até às sete badaladas terríveis. A campainha do telefone começou às oito: prolongada, tenaz, imprevisível, durante mais de uma hora. Não apenas não atendei: não respirei. Pouco antes das dez bateram à porta, primeiro com o punho, e depois com gritos de vozes conhecidas e detestadas. Temia que a deitassem abaixo por algum percalço grave, mas pelas onze a casa ficou no silêncio crispado que sucede às grandes catástrofes."

Memória das minhas putas tristes, Gabriel García Marquez

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Entre a espada e a parede

Era assim que ela estava. Por um lado a promessa que lhe fizera; por outro, os amigos a quem não queria mentir. Estava numa situação desagradável. Tinha duas opções: ou trair a confiança que ele depositara nela ou então mentir aos seus amigos de sempre, aqueles que sempre estiveram ao lado dela quando ela mais precisou. O pior, era que nenhuma destas opções obedecia aos seus princípios nem respeitava os seus valores. Ela, que se achava uma pessoa de valores inabaláveis… É a isto que se chama ironia do destino...


"I never ever, I forget my story. My face is no sad, but inside, I am sad"

terça-feira, 7 de abril de 2009

The Doubt

"Se me perguntares: "Acreditas em Deus?", perdoa-me se eu te responder: "Deus acredita em mim?""

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Cidade de Deus


"Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno porra!"

Acho que nunca mais me vou esquecer desta frase...

(Palma de Mallorca 09)

domingo, 5 de abril de 2009

Back to the real life

Depois de uma GRANDE (em todos os sentidos menos no da duração) semana em Palma de Mallorca, cá estou eu de volta para vocês :)

Tenho-vos a dizer que curti muito, mas mesmo muito nesta última semana! Foi diferente daquilo de que eu estava à espera, é verdade, mas foi muito bom. Muita música, muito boa gente, muitos amigos (e algumas novas amizades), poucas horas de sono e loucura q.b..
Depois de 17 horas a dormir, estou pronta para outra :D

Agora esperam-me 108 páginas de exercícios de Matemática, que bom -.-'



Road to zion - Damien marley feat Nas

sexta-feira, 27 de março de 2009

My Super Sweet 18

(Pois é, já passaram 18 aninhos!)


PARABÉNS A MIM!

18 Anos… (Dizem que) é uma idade importante. Para mim é pela simples razão de que, este ano, as prendas de anos são bastante mais compostinhas, se é que me percebem, e por esse motivo gostaria de fazer 18 anos todos anos! Ah e também é bom porque a partir de agora já não vou precisar de obrigar os meus queridíssimos pais a irem reconhecer as assinaturas ao notário sempre que aqui a je quer dar uma voltinha por esse mundo fora. Enfim, são os meus 18 anos e tenciono aproveita-los da melhor maneira possível! E para isso nada melhor do que começar com uma semaninha em Palma de Mallorca com muitos amigos e uma boa dose de loucura!

Já agora, Parabéns também ao Prof. de Psicologia, que tanto me ensinou nos últimos 3 anos e que é, sem dúvida, um dos meus grandes “mestres”. Devo-lhe uma pequena parte daquilo que sou…

É também importante prestar aqui uma homenagem à minha tão adorada prima Kika, que fez questão de vir de Braga para passar comigo a meia-noite, ser a primeiríssima pessoa a dar-me os Parabéns e levar-me amanha ao aeroporto para se despedir de mim (isto é AMOR, minha gente!).

Até para a semana!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Immortal Beloved

The Third Letter

Good morning, on July 7
Though still in bed, my thoughts go out to you, my Immortal Beloved, now and then joyfully, then sadly, waiting to learn whether or not fate will hear us - I can live only wholly with you or not at all - Yes, I am resolved to wander so long away from you until I can fly to your arms and say that I am really at home with you, and can send my soul enwrapped in you into the land of spirits - Yes, unhappily it must be so - You will be the more contained since you know my fidelity to you. No one else can ever possess my heart - never - never - Oh God, why must one be parted from one whom one so loves. And yet my life in V is now a wretched life - Your love makes me at once the happiest and the unhappiest of men - At my age I need a steady, quiet life - can that be so in our connection? My angel, I have just been told that the mailcoach goes every day - therefore I must close at once so that you may receive the letter at once - Be calm, only by a calm consideration of our existence can we achieve our purpose to live together - Be calm - love me - today - yesterday - what tearful longings for you - you - you - my life - my all - farewell. Oh continue to love me - never misjudge the most faithful heart of your beloved.
Ever thine,
Ever mine,
Ever ours,

Ludwig van Beethoven

terça-feira, 24 de março de 2009

Passado

15/08/2008

Não me consigo concentrar. Por mais que me esforce não consigo prestar atenção a nada nem ninguém. Nada me entusiasma e nada ocupa o meu pensamento a não ser tu e todos os momentos que passámos juntos. Percorro vezes sem conta cada beijo, cada sorriso, cada olhar, cada toque, cada suspiro. Fecho os olhos e aínda sinto a tua respiração e o bater do teu coração. Feho os olhos com mais força e sinto o teu corpo colado ao meu, os teus braços a amarrarem o meu corpo daquele jeito que me fazia sentir tão segura, tão tua. Não consigo pensar em mais nada. Sinto-me vazia sem ti do meu lado, sinto que não sou capaz de fazer nada sem ti. Sinto-me sem chão!
Ninguém me pode ajudar, só tu! Vem ter comigo, vem-me buscar! Leva-me outra vez para esse mundo, para o nosso mundo! Quero-te como nunca quis nada nem ninguém em toda a minha vida. Diz-me que vens para o pé de mim e que nunca mais me voltas a largar. Fica comigo para sempre! Vem! Olha para mim, toca-me, abraça-me, diz mais uma vez o quanto gostas de estar comigo! Mata esta distância que me está a sofucar, por favor! Sem ti, não consigo respirar, falta-me a vontade para viver. Não sei se vou aguentar muito mais tempo sem ti, sem te ouvir, sem te falar, sem te tocar, sem te sentir...
Quero viver-te!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sei que não vou por aí

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


Cantigo Negro, José Régio

sábado, 21 de março de 2009

Tanto, tão pouco.

“ (…) Passaram vinte anos, tanto, tão pouco. (…) É uma tarde de Junho, ouvem-se os melros no jardim, pela porta aberta da varanda entra o cheiro de rosas recém-desabrochadas. (…) Olhas-me com os teus olhos azuis, não dizes nada, só eles falam, só eles entre nós dirão o nunca dito. Sabes que tenho de partir, apetece-te chorar mas não choras. (…) Há uma aceleração dentro de ti, vê-se no teu arfar, este momento é único, irrepetível, é agora ou nunca, esperas que diga mas eu não digo, nem é preciso, para quê palavras, os olhos disseram tudo. Tu sabes e eu sei, basta estender a mão para colher-te, somos um do outro como nunca ninguém foi, estamos um no outro como nunca ninguém esteve, não foi preciso entrar em ti, nem sequer nos tocámos, durante um breve instante não somos dois somos um, fundidos na corrente do olhar e do ser, há um rio subterrâneo que nos sobe até à garganta, se morrêssemos agora seriamos eternos, nunca estivemos tão perto, nunca estivemos tão longe, passaram vinte anos, tanto, tão pouco.
Sim, eu podia ter estendido a mão, sabia que virias ter comigo, então ou depois, só um gesto bastava, uma palavra.
(…) Está no ar e nas coisas, é um amor que se respira como a brisa da Primavera que agita ao de leve as cortinas. (…) Todos estamos tocados pela corrente que nos junta e nos separa, a própria tensão ajuda, de certo modo são momentos de glória, nunca mais voltarão, nuca mais passarão. Todos o sabem ou adivinham (…) que algo está a acontecer, algo de único, irrepetível, não só o amor tão visível e nunca dito entre nós, mas talvez este viver à beira-risco. (…) Estamos todos tangidos pelo tempo e seus sinais. Não, não é só o amor, é o medo e a coragem, a consciência de que algo está a passar por dentro de nós, algo que divide e une as nossas vidas e nos junta e nos separa. (…) E, no entanto, nunca foi tão intensa a doce quietude do ar carregado do cheiro que vem do jardim.
(…) Somos talvez a reencarnação de um outro amor proibido, o eterno retorno de um único e mesmo amor (…) amor de perdição, amor de glória, passaram vinte anos, tanto, tão pouco.
(…) Tu estás em frente, os olhos húmidos não sei se de mágoa se de festa, talvez de festa e mágoa, amor e despedida, apetece-me dizer o teu nome, murmurá-lo, gritá-lo, tenho de engolir em seco.
(…) Passaram vinte anos, (…) é uma noite perfumada do Norte. (…) O que importa é este momento que nos une e nos separa. Se agora se apagar nunca mais brilhará. (…) Olha uma estrela cadente, a luz ficou nos teus olhos. Vamos guardar a estrela dentro de nós.
(…) Outra estrela cadente, a mesma luz nos teus olhos, não sei se haverá outras noites assim, é quase possível sentir o tempo, tenho a impressão de que posso agarrá-lo com as mãos, esta noite podia ser eterna.
Passaram vinte anos, oiço ainda a tua respiração, deixaste a porta do quarto entreaberta, sei que esperas por mim, entro, não entro, como dizer o que me retém, antes perder-te do que perder-me. (…) Encosto-me à parede, acendo um cigarro, vou ficar aqui a ouvir o teu rumor, não sei se é ilusão, parece-me ouvir-te dizer o meu nome muito baixo, sei que estás aí, de te não ter ter-te-ei sempre, passaram vinte anos, tanto, tão pouco. (…) “

sexta-feira, 20 de março de 2009

Leonor

As opiniões divergem. Algumas fontes afirmam que o nome tem origem teutónica, com significado de “luz”. Outras defendem ter origem árabe com significado de “a sua luz é o Senhor”. Existe uma outra teoria que diz que a origem do nome é francesa, com significado de “plena de compaixão” ou “filha de Aenor” ou “a outra Aenor”. O nome Aenor terá origem grega (ou bretã), com significado de “luz brilhante” (“Éclat du soleil”). No século XII, uma dada senhora, de seu nome Aenor, terá dado à luz uma menina que foi baptizada com o nome da mãe. Para a distinguirem, a filha passou a ser chamada de "a outra Aenor" (em Provençal, alia Aenor). A junção dos dois termos deu, então, origem ao Alienor, depois Eleonor, depois Leonor. Esta menina, Alienor / Leonor, foi a famosa Leonor da Aquitânia, casada com Luís VII, rei de França, e com Henrique II, rei de Inglaterra.