sábado, 31 de dezembro de 2011

Fim

E cá estou eu, no último dia do ano, a sentir-me cansada, desiludida e com o pressentimento muito forte de que algo de mal vai acontecer. Sim, pode ser só uma estupidez, mas é o que sinto neste momento.

Independentemente disso, 2011, para mim, não foi um ano assim tão mau. Começou em grande, com copos, música e amigos. Depois, algumas previsões astrológicas não muito positivas, com as quais resolvi aprender a lidar - o que tiver que ser, será.


Janeiro teve exames da faculdade (que correram especialmente bem), teve a operação do meu pai (que também correu bem), teve a partida dele para longe, sem ninguém saber se regressava.

Fevereiro chegou e com ele mais exames, mais stress. O meu querido Blogue completou dois anos. Dia 14, Dia dos Namorados e uma visão totalmente diferente da que sempre tive em relação a esse dia. E foi em Fevereiro que coloquei em prática algo em que já há muito andava a pensar e que viria a mudar totalmente a minha vida: fazer Erasmus.

Março, mês do Carnaval. E que Carnaval, senhores! Um dos melhores de sempre, sem dúvida. E depois, uma noticia importante e com a qual fiquei muito feliz. Destino de Eramus? Granada, a minha primeira opção. Uma ameaça de tsunami no Chile e muita preocupação com a minha irmã que lá estava retida. Momentos tristes por ver o meu pai e a minha irmã de costas voltadas. Dia 28, fiz vinte anos e com eles veio a promessa de uma festa de arromba para os festejar.

Abril trouxe a dita festa que foi, efectivamente, de arromba. Comecei a ter aulas de condução e, uns dias depois, passei no exame de Código. De repente, saudades dele. O casamento do William e da Kate que quase me fez voltar a acreditar nos contos de fadas.

Maio - o mês académico por excelência - trouxe as Queimas das Fitas e os Enterros das Gatas. Muita animação, muitos amigos e, surpreendentemente, a perspectiva de um novo amor. Uma música dedicada e um dos melhores concertos da minha vida. Por outro lado, a guerra dentro da minha própria família continuava, o que me ia deixando aos poucos sem forças para nada. F.C.P. Campeão - orgulho. Uma viagem para o Algarve e momentos passados com pessoas que jamais esquecerei.

Junho veio com calor e, graças a ele, pouca vontade para estudar. Exames, trabalhos, stress. O desespero pelas férias que tardavam em chegar.

Julho começou com alguma desilusão. O sabor amargo do cansaço. Finalmente chegaram as férias. Descanso, filmes e saídas. Praia, piscina, calor e muito sol. O meu pai mal e eu preocupada com ele. Última semana passada no Algarve, com elas, que me soube muito bem. Dia 31 e passaram dois anos desde que o conheci.

Agosto, como sempre, é sinónimo de mais Algarve. Este ano com mais peripécias ainda. A facada nas costas de uma daquelas que eu julgava ser uma das minhas melhores amigas e uma das melhores pessoas que eu conhecia. A dor, a revolta, a desilusão. Exame de condução e a carta ainda não me ficou nas mãos. Mais calor, mais praia, mais amigos, mais dolce fare niente.

Setembro foi um mês de mudança. O medo da partida. A ansiedade. As despedidas. No meio disso tudo, novo exame de condução e, desta vez, com direito à carta na minha mão. Dia 23 saí do Porto com lágrimas a correrem-me pelo rosto. Dia 24 cheguei a Granada. A surpresa. O nervosismo. As perspectivas. A esperança.

Outubro e o amor por Granada a crescer exponencialmente. As amizades que se foram criando. Saudades de casa, claro. Surpresas. Uma delas muito negativa que mudou, para sempre, a minha relação com uma pessoa que me era muito próxima.

Novembro e o "quero ficar a viver em Granada para sempre". A paixão pelo Erasmus e a certeza de que foi a melhor decisão que tomei na vida. Um sentimento estranho que me invadiu. Uma pessoa que mexeu comigo. Vindo do nada, ele reaparece na minha vida. Confusão de sentimentos.

Finalmente, Dezembro. A dúvida: "existe vida após Erasmus?". As amizades cada vez mais fortes. Laços que não se quebrarão nunca, seguramente. Uma loucura cometida numa noite de copos. O medo, o arrependimento, a vergonha. Depois, a conversa e o alivio. A visita de cinco amigos muito queridos e do meu ainda mais querido pai. A vontade de ficar em Granada mais um semestre. A tentativa. A espera e a ansiedade pela resposta. O regresso a casa, passados três meses. Matar saudades. O Natal. A família. O reencontro com ele. Um sentimento que nunca morreu.


Agora chega o fim mais um ano. Um ano cheio de vida. cheio de pessoas, de novas amizades, de outras que se mantiveram e outras que chegaram ao fim. Um ano caracterizado pela mudança, pela superação. A melhor experiência da minha vida.

Apesar de neste momento me sentir assim estranha (não estou triste... talvez melancólica seja uma melhor palavra), quero começar 2012 com esperança.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Do primeiro encontro depois do reencontro

Há coisas que nunca mudam. :)

Dos nervos

Estão tão mas tão irritada! E o pior de tudo é que só me dá para comer. Compulsivamente. Para além de irritada, estou a engordar a olhos vistos. Socorro!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O reencontro

E foi assim que, depois de um ano e meio sem nos vermos, nos reencontramos. Óbvio que eu estava uma pilha de nervos. Mas foi bom, passamos quatro horas juntos. Falamos muito. Eu fiz muitas perguntas. Tive poucas respostas, mas antes poucas que continuar na ignorância.
No final, um beijo e um abraço apertado. Sobretudo, a ânsia do próximo encontro.

Do Natal

Este ano não houve post especial para o Natal. Porque não me apeteceu e porque acho que chega de hipocrisias!
Estamos em crise, as pessoas estão tristes e isso foi bastante claro nesta época. O meu Natal foi diferente. Foi pior. Porque foi mais vazio, e aqui não falo só no sentido material. Falo no espirito. Nas pessoas que estiveram ausentes. Na falta de esperança.
Claro que é sempre bom estarmos com a familia, mesmo que sejamos cada vez menos. Sabe bem reencontrar aquelas pessoas que só vemos neste dia do ano. Óbvio que este ano o centro das atenções fui eu, por estar a fazer Erasmus e, por isso mesmo, ter montes de novidades.

Ausência

Pois é verdade, tenho andado desaparecida. Tudo porque, como tive que deixar o meu computador e Granada, agora tenho que andar sempre dependente das outras pessoas para poder vir à net. E quando venho é tão rápido que só dá para ir cuscar as novidades do facebook e pouco mais (shame on me, I know!).
Agora estou na minha santa terrinha. Já tinha saudades. Ontem estive com o meu pessoal daqui, mas foi estranho. Não me senti uma parte integrante daquele grupo, como sempre me senti. Se calhar foi só impressão minha, se calhar não foi. Não sei. Só sei que foi diferente do habitual. Claro que em casa, na minha casa, como o meu pai, me sinto melhor do que nunca.
Amanhã volto para o Porto.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Planos

Agora que regressei, já tenho montes de coisas planeadas para os próximos dias. Aliás, começo já pela noite de hoje. Vou ao Rivoli ver o Mário (irmão da Joana) a actuar.
Amanhã tenho o tradicional jantar de Natal com os meus amigos do secundário, seguido de uma noite de muita borga. E depois andarei dividida entre cafezinhos com toda a gente para matar saudades, entre troca de prendas e de novidades.

Das surpresas

Além da minha mãe, a Luísa foi também hoje esperar-me ao aeroporto. Fiquei tão contente por vê-la que não contive as lágrimas. Ela foi, sem dúvida, a pessoa que se manteve mais perto de mim - apesar de toda a distância - e, ao mesmo tempo, a minha amiga de quem senti mais falta.
Tenho muita sorte em tê-la na minha vida!

Volver

Pois que voltei para casa, é verdade. Ao fim de cinco horas e meia de viagem de autocarro mais cinquenta minutos de viagem de avião cheguei, finalmente, ao Porto.
Tinha saudades de casa, é verdade. Mas estava tão bem lá em Granada... Agora que estou aqui não consigo deixar de pensar nos meus amigos "granainos", na minha família ERASMUS, nas pessoas que fizeram destes últimos três meses os melhores da minha vida.
Vou sentir muito a falta deles. Em Janeiro logo nos encontramos para trocarmos novidades e voltarmos à vida loca de Granada. Até lá, resta-me aproveitar o bom de estar no meu lar, com as minhas pessoas. Sim, também sabe bem regressar ao que é nosso.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Noites

Hoje, como em todas as quintas-feiras, é noite de samba. Mas hoje, ao contrário de todas as quintas-feiras, para mim é noite de ficar em casa. A Joana faz anos à meia-noite e eu não posso deixar de estar com ela nesse momento. Apesar de tudo, ela é uma pessoa importante e merece-o. Não podia ser de outra maneira.

Inacreditável

Ontem à noite aconteceu o impossível. Uma situação demasiado surreal para acontecer num país desenvolvido como é a Espanha. Estamos na Europa, meus senhores! Não num país de terceiro mundo. Aliás, creio que nem nesses países situações destas acontecem. Discriminação? Em pleno século XXI? Onde é que vamos parar assim?
Sim, estou mesmo revoltada.
Pelo menos escrevemos no livro de reclamações. Pode ser que a brincadeira não saia impune.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

E por falar em Erasmus...

Parece que vou ficar em Granada mais um semestre! Yupiiiii, que contente que estou :D

Um conselho

Se quiserem fazer Erasmus, não vão com um/uma amigo/amiga. Ou, pelo menos, não viver com ele/ela. É que às vezes as pessoas revelam-se bem diferentes do que aquilo que vocês julgavam. Então mais vale manterem a opinião que tinham e pode ser que, assim, não se destrua nenhuma amizade.
É só um conselho.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Meu, Tua


Tu manera, tu sonrisa
Tu aparencia de niño que me agrada
Tu encanto, tu pedido.
Y tu voz avergonzada al disculparte
Tu timidez me encanta, y te voy a confesar
Que el deseo de que me llames me asusta!

Espera!

Apesar de ter sido uma coisa do momento, uma coisa que aconteceu porque tinha que acontecer mas que morreu ali, valeu a pena esperar.
Agora, amigos como sempre.

Last friday night

Depois de acontecer isto e de sentir isto, chegou o momento que eu tanto procurei evitar - o da confrontação. Sabia que o ia voltar a encontrar, sim, isso era inevitável. Mas, sendo ou não o melhor a fazer, tentei evitá-lo ao máximo.
Eu sabia que sexta-feira ele ia lá estar. Era uma festa que ele não perderia. Eu sabia que não. E quando eu lá cheguei ele já lá estava. Vi-o. Parei. Recuei. "Vou guardar as bebidas no frigorífico", disse eu a alguém que estava perto de mim. E assim fiz. Fui para a cozinha. A Inês apareceu lá e disse para eu ter calma, para agir com naturalidade. Claro que eu não consegui. Voltei à sala. Devo ter ficado pálida e corada ao mesmo tempo. Cumprimentei toda a gente, ele incluído, mas mal o olhei na cara. Sentia-me muito desconfortável, muito constrangida.
As pessoas iam-me perguntando o que se passava, se eu estava bem. Achei que tinha que mudar aquela situação. Então comecei a beber - sim, uma quantidade considerável de álcool no sangue pode criar muitos problemas mas também pode ser a solução para outros tantos. E, ironicamente, no nosso caso, foi isso mesmo que aconteceu. Continuei a beber e comecei a sentir-me mais leve.
Às tantas eles foi-se embora para uma outra festa. Mas mais tarde voltamos a encontrarmos. Nessa altura, já os dois com uns copos a mais, fui falar com ele. Pedi-lhe desculpa, disse que não sabia bem o que se tinha passado entre nós mas que estava muito envergonhada. Ele disse-me para eu não me preocupar, deu-me um abraço e falou ao meu ouvido "Tu és a minha menina, eu sou o teu menino, e vai ser sempre assim!".

Das coisas ainda melhores da vida

Sexta-feira chegou o meu pai a Granada. E que saudades que eu tinha dele! Que bom que foi abraça-lo com força e dar-lhe muitos beijinhos.
Com tinha cá os meus amigos na mesma altura, tive que multiplicar-me por duas para não falhar com ninguém. Então sexta-feira almocei com o meu pai, passei a tarde a passear com ele e, à noite fui jantar com os meus amigos. Levei-os a um jantar de Erasmus e eles adoraram. Depois fomos todos sair. Claro que chegamos a casa tantíssimo, já passavam das seis da manhã. Acordei por volta das 11 para ir novamente almoçar com o meu pai. Passamos a tarde na Alhambra. Vimos aquilo de uma ponta a outra. Andamos quilómetros mas foi tão bom! Tiramos montes de fotos, rimos muito e deu para matar um pouquinho das imensas saudades que eu tinha. Ao final do dia voltei para casa, tomei banho e voltei a sair para jantar com o meu pai. Ele queria ver o jogo do Real contra o Barça, os meus amigos também, portanto iamos jantar todos fora, cada um para o seu restaurante, e depois eu encontrava-me com eles para irmos sair e aproveitarmos a ultima noite deles cá em Granada. Mas não foi isso que aconteceu.
Adiante, jantei muito bem com o meu pai, vimos o jogo e depois, de tão cansado que estava, ele seguiu para o Hotel.
No dia seguinte era suposto estar com ele de manhã, antes de ele partir de novo para Portugal, mas graças à minha estupidez - que não tem outro nome - isso não foi possível e ele acabou por ir sem nos despedirmos. :(
Ainda assim e apesar disso, foi óptimo tê-lo cá. Foi óptimo ter tido a oportunidade de lhe mostrar um bocadinho desta cidade, que já tenho como minha. Ele adorou vir e eu adorei recebê-lo.

Das coisas boas da vida

Na quinta-feira de madrugada chegaram cá a Granada cinco amigos meus. E que giro que foi estarmos nós a chegar da noite e eles a chegarem de Portugal - bem, na verdade, eles chegaram a nossa casa primeiro que nós. Agora imaginem o estado em que ficou a nossa casa que está, quase sempre, minimamente arrumada - somos só três meninas - com a presença de cinco gandulos. Era ver roupa espalhada por todo o lado, maços de cigarros, garrafas vazias, cartas espalhadas pelo chão, a cozinha que parecia o cenário da terceira guerra mundial... Enfim, o caos instalou-se na nossa casa, mas foi muito bom te-los cá. Ficaram até domingo e conseguiram conhecer o essencial tanto de noite como de dia. E que loucas foram as nossas noites! Eles ficaram fascinados com esta cidade. Quem não ficaria, não é verdade?

Mas depois...

Depois vem o peso na consciência, o "o que é que eu fui fazer?", o medo de que aquela amizade não volte ao que era por causa de uma loucura cometida numa noite de muitos copos. Depois vem a vergonha, o constrangimento, o arrependimento.

Que saudades...

... que eu já tinha de dormir aninhada em alguém e de ser acordada com um beijo.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Das surpresas

Este fim-de-semana preparei uma surpresa para a Joana (uma das meninas que compartilha casa comigo cá em Granada). Duas das melhores amigas dela estão a fazer Erasmus em Sevilha e, ao fim de algumas mensagens do facebook, decidiu-se que elas vinham cá passar este fim-de-semana, com o objectivo, então de surpreender a Joana. E assim foi. Sexta-feira à hora do jantar la as fui buscar à estação de autocarros e depois apareci com elas em casa. Deixei-as à porta. Entrei e a Joana estranhou logo o facto de me ver ali, porque eu tinha dito que ia jantar fora. Disse-lhe para ela ir abrir a porta. A reacção dela foi linda. Até fiquei emocionada.
Passou-se o fim-de-semana e elas tiveram que voltar para Sevilha. Depois de as ir levar à estação, a Joana veio agradecer-me a surpresa. Não precisava. A felicidade estampada na cara dela valeu mais do que qualquer agradecimento.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Sobre a noite de ontem

Só uma perguntinha

Existe vida após ERASMUS?
Tenho as minhas dúvidas.

Frase do Mês #23