sexta-feira, 24 de abril de 2009

Não partas!

“Quando veio, mostrou-me as mãos vazias, as mãos como os meus dias, tão leves e banais. E pediu-me que lhe levasse o medo. Eu disse-lhe um segredo: "Não partas nunca mais". E dançou, rodou no chão molhado, num beijo apertado de barco contra o cais. E uma asa voa a cada beijo teu. Esta noite sou dona do céu. E eu não sei quem te perdeu… Abraçou-me como se abraça o tempo, a vida num momento em gestos nunca iguais. E parou, cantou contra o meu peito num beijo imperfeito roubado nos umbrais. E partiu, sem me dizer o nome, levando-me o perfume de tantas noites mais...”


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