quarta-feira, 19 de maio de 2010

Adeus

Não há nada mais triste do que as despedidas. Nada me faz sofrer mais. Pior ainda quando são despedidas fora de contexto, sem tempo, sem lugar. Já diz a música que depois da chegada vem sempre a partida, porque não há nada sem separação, mas há despedidas que são muito difíceis de aceitar. E depois há aquelas despedidas que mudam vidas.
Claro que há que dizer que a tal separação de que fala a música nem sempre é negativa. Afirmar isso seria afirmar indirectamente que toda a mudança é má. Sim, porque despedir significa mudar. Quando nos despedimos de algo, de alguém, de algum lugar, estamos a deixar algo que era nosso para trás e estamo-nos a abrir a algo que entretanto surgirá. Ou então não. Ou então fechamo-nos total ou temporariamente a toda e qualquer novidade. Depende. Depende da dimensão da despedida. Depende da forma como aceitamos ou não a despedida. E depende, sobretudo, daquilo de que nos despedimos.
Eu não consigo aceitar esta despedida. Sim, esta despedida mudou a minha vida, mudou a pessoa que eu sou. Estou diferente desde que esse momento - o da despedida - chegou. E tenho medo de ficar assim sempre, para sempre. Tenho medo de não voltar a ser a pessoa de espírito livre e ânimo leve que sempre fui. Tenho medo de me acomodar a esta solidão que me assolou desde que ele se foi embora.
Haverá palavra mais triste do que "adeus"?

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