quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mais uma vez... A saudade

[Há na cidade de Porto Alegre, lá muito para o sul do Brasil, um bairro chamado Tristeza. O Bairro Tristeza, porém, é dos mais alegres da cidade, segundo me conta o escritos Luiz Antônio Assis Brasil, um dos mais recentes moradores do local. O nome deve-se, afinal, ao mais antigo habitante da região, José da Silva Guimarães, um português do século XIX que, por andar sempre cabisbaixo e triste, acabou por ser apelidado de João Tristeza. Diferentes versões procura, esclarecer a causa da tristeza que acometia o morador: a morte dos filhos; a saudade da filha, que se casara precocemente; ou, simplesmente, uma questão de temperamento. Sendo português, talvez José da Silva sentisse apenas saudade.]

(...)

[Benito Soto, conta a lenda, foi o último dos piratas galegos. Morreu enforcado em Gibraltar e, parece, era temerário e violento. O seu barco de flibusteiros chamava-se Burla Negra. Quando estava longe da sua terra, assaltando os buques que vinham dos mares do Sul, Benito lembrava-se da sua terra natal e, nessas alturas, sentia saudade. Assim mesmo: saudade. Como se fosse português.]



O Profundo Silêncio das Manhãs de Domingo, Manuel Jorge Marmelo

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