quarta-feira, 16 de junho de 2010

O que ficou por dizer

Desde o começo não sei quem és, no fundo não te conheço. Se calhar sou a culpada, se calhar até mereço… Quis confiar em ti, mas não deixaste, não quiseste - imagino as coisas que tu nunca me disseste. Às vezes queria ser mosca e voar por aí, pousar em ti, ouvir o que nunca ouvi, ver o que nunca vi nem conheci, saber se pensas em mim quando não estás comigo. Será que és meu amigo como eu sou tua amiga? Será que falas mal de mim nas minhas costas? Há coisas em ti que tu não mostras, ou já não gostas. Quantas vezes te pedi para seres sincero? Imagino tanta coisa enquanto estou à tua espera. Apostei tudo que tinha e saí a perder, sem perceber, surpreendida por quem pensei conhecer. Sem confiança, a relação não resiste, o amor não existe. Quando mentiste não fiquei zangada, mas triste. Não peço nada em troca, apenas quero sinceridade. Por mais crua e difícil que seja, venha a verdade! Será que é medo? Será que para ti não passei que mais um brinquedo? Será que exagero? Será que não passa de imaginação? Será que é o meu nome que tens gravado no coração? Eu sou a merda que vês, ao menos sabes quem sou. E sabes que tudo que tenho é tudo aquilo que eu te dou. Nunca te prometi mais do que podia. Prefiro encarar a realidade do que viver na fantasia. Também te magoei, mas nunca foi essa a intenção. E acredita que ver-te infeliz me partiu o coração. Mas errar é humano e eu dou o braço a torcer: reconheço os meus erros, sei que já te fiz sofrer. Porque é que não me olhas nos olhos quando pedes perdão? Será que é por saberes que neles vejo o reflexo do teu coração? E os olhos não mentem enquanto a boca o faz. Se ainda não me conheces, então nunca conhecerás. Serás capaz de fazer o que te peço? A chama enfraquece e está a morrer aos poucos Porque é que é assim? Será que estamos a ficar loucos? Acho que nunca soubeste o quanto gostei de ti. Esta é a carta que eu nunca te escrevi.


A Carta que Nunca Te Escrevi, Boss ac (adaptado)

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