2009 foi sobretudo um ano de descobertas. Começou de uma maneira meia louca que acabou por definir muita coisa que viria a acontecer nos tempos seguintes. Brindámos a nova vida, o novo ano, "2009, o ano das mulheres e dos homens solteiros!".
Não será certamente um ano que se vai desvanecer na minha memória facilmente. Foi o ano em que fiz dezoito anos. Foi o ano em que descobri que nada nem ninguém é inacessível. Foi o ano em que concluí que gostar de alguém é muito diferente de ser obcecado por alguém e que, para amarmos realmente alguém, é preciso primeiro amarmos a pessoa que somos. Foi o ano em que descobri que há pessoas que só gostam delas mesmas e que, ainda assim (ou talvez por isso), conseguem ser felizes. Foi o ano em que se realizaram dois dos acontecimentos pelos quais esperei grande parte da minha adolescência: a viagem e o baile de finalistas. Foi o ano em que cometi grandes loucuras junto de pessoas fantásticas que me fizeram ver que “a vida deve ser levava com um olhar de puto”. Foi o ano em que senti o que é viver um dilema de verdade. Foi o ano em que percebi que as más pessoas realmente existem. Foi o ano em que percebi que "a palavra saudade nem toda a gente sente". Foi o ano em que descobri que uma das minhas melhores amigas está grávida e que eu vou ser a madrinha. Foi o ano em que o meu pai se casou pela terceira vez. Foi o ano em que entrei para a Faculdade. Foi o ano em que me afastei de muitos dos meus amigos e em que mudei a ideia que tinha pré-concebido sobre a vida académica. Foi o ano em concluí que desistir é sempre o caminho mais fácil, mas que com força de vontade nada é impossível. Foi o ano em que conheci muita gente nova, mas que grande parte dela preferia não ter conhecido. Foi o ano em que, finalmente, conheci Londres. Foi o ano em que me apercebi do quão importantes são os amigos e de como a vida é muito mais fácil se eles estiverem perto de nós. Foi o ano em que me apaixonei. Foi o ano em que tomei decisões e optei por caminhos que nunca pensei ser capaz. Foi o ano em que perdi uma amiga, mas em que ganhei um amor. Foi o ano em que cometi erros, daqueles de que me vou arrepender até ao fim dos meus dias e daqueles que só me fizeram crescer e melhorar. Foi o ano em que descobri a verdadeira essência da amizade. Foi um ano em que me desiludi muito, mas que me surpreendi ainda mais.
Os anos passam e, ao contrário do que muita gente pensa, eu acho que é bom vê-los passar. Sejam melhores ou piores, há sempre uma lição a reter, há sempre um bocadinho ou outro de saudade que acaba por ficar. E o melhor de tudo: é sinal de estamos vivos e que continuamos a ser pessoas activas neste pequeno grande mundo que nos rodeia. Falo por mim e quero muito mesmo continuar a ver os anos passar e a vivê-los com cada vez mais intensidade, a errar e a aprender com esses erros, a ser feliz e a contribuir para a felicidade daqueles que amo. Espero muito sinceramente que o melhor de 2009 seja o pior de 2010, não só para mim, mas para todos, para o Mundo. E vou continuar a lutar, todos os anos, todos os dias, por um Mundo melhor.