segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Há um ano foi assim...

(...) E assim marcámos o nosso segundo encontro. Eu sabia que te queria, mas também sabia das implicações graves que isso me traria. Era domingo, noite de serenata. Voltamos a andar muito, mas desta vez por não haver nenhum sitio aberto perto de minha casa. O nervoso já era mais miudinho, mas as borboletas continuavam a voar na minha barriga. Falamos sobre muita coisa. Desta vez falamos menos sobre nós, sobre as minhas dúvidas. Voltámos a percorrer o mesmo caminho. Deixaste-me à porta de casa. Disseste: "é agora que me vais dar o tal abraço?". Eu abracei-te. Sussurraste-me ao ouvido "Não tens nada para me dizer?". "Eu disse que só dizia se tu dissesses primeiro." "O quê? Que gostas de mim?". "Sim...". "Sim o quê?". "Gosto de ti.". "Gostas?". E beijaste-me. E eu perdi o chão. Fiquei sem saber o que pensar. Pedi-te que não contasses a ninguém. Compreendeste. Foste embora. Entrei em casa e sentei-me no chão, encostada à porta. E pensei no que tinha acabado de acontecer e que aquele beijo, apesar de parecer tão inocente e insignificante, tinha por trás dele um grande presságio.
A partir dessa noite mudou muita coisa na minha vida. Eu tomei uma decisão e tu prometeste que eu não me iria arrepender. Eu acreditei. A partir dessa noite fria de Outubro eu tornei-me uma pessoa diferente. Por isso te digo, aqui e agora, ao som da chuva e desta música que, a partir daquela noite, todos os meses são Outubro e que eu te amo, todos os dias.

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