Pois que o ano começou da maneira mais surreal possível. A noite de passagem de ano foi tão agitada... Tanto que, quando contei à minha amiga Dé tudo o que tinha acontecido, a reacção dela foi: Foda-se, a mim nem num mês me acontecia tanta coisa!
Espanta-me como é que pessoas já na casa dos vinte são capazes de descer do tacão e fazer as maiores peixeiradas à frente de quem quer que seja. Ainda por cima sem motivo aparente. Tudo bem, a cachopa não gosta de mim. Ao que parece, ele deu-lhe com os pés por minha causa. Mas, atenção, eu nem sabia disso. E mesmo que soubesse que culpa tinha?! Já para não falar de que isso aconteceu há mais de dois anos. Entretanto ele já teve outros relacionamentos, já quase se casou. Porquê manter esse ódio todo por mim? Mas tudo bem, eu consigo viver com isso, juro que consigo. O que eu não percebo é o facto de todas as amigas dela também me odiarem. Ora bem, isso para mim já é outra coisa: infantilidade. Mas pronto, se elas fossem infantis no seio da sua amizade, a mim pouco me importava. Que façam de mim "assunto de café" quando estão todas juntas, eu não me ralo! Mas, por amor de Deus e de todos os santinhos, em plena noite de passagem de ano, armar o maior escândalo só porque ele estava comigo já é um bocadinho de mais, não? Ainda por cima não se passou nada entre nós, não houve nada de explícito. Podia perfeitamente haver, uma vez que nem ele nem eu - tanto quanto sei - devemos nada a ninguém. Mas mesmo assim, ela e as amigas perseguiram-nos a noite inteira, sem se preocuparem sequer em disfarçar. Óbvio que isso fez com que eu me sentisse desconfortável, principalmente no momento em que estávamos os dois a falar e ela chega lá, puxa-o por um braço e desata aos berros com ele. A falar de quem? De mim obviamente.
O que vale é que nem assim me conseguiram estragar a noite. Apesar destes tristes momentos, a noite valeu a pena. Estive com os meus amigos de sempre (alguns que já não via há muito tempo) e encontrei pessoas que não estava nada à espera de encontrar. E a noite acabou com ele, não da melhor forma (um pneu furado e uma jante partida) mas, ainda assim, com ele. E isso para mim é o mais importante.