quinta-feira, 3 de novembro de 2011

I'm (not) sexy and I know it!

Nunca fui uma miúda sexy. Nem nunca soube aprender a sê-lo. Há aquelas mulheres que têm sensualidade a correr-lhes nas veias, que transpiram sensualidade, que são sensuais ao acordar e ao adormecer. Depois há aquelas que não o sendo naturalmente, aprendem, e desempenham esse papel de forma verdadeiramente profissional, quais actrizes de Hollywood. E depois há as outras - nas quais eu me encaixo - que simplesmente não são nem sabem ser sensuais.
Sempre fui meia trapalhona, meia desengonçada. E não sei se por timidez, insegurança ou mesmo por falta de jeito, nunca "deixei" que esta minha faceta - a de mulher sensual (há quem diga que todas as mulheres a têm) - se desenvolvesse.
Lembro-me perfeitamente de há para aí dos Verões atrás estar numa festa a falar com um rapaz. Um rapaz que eu conheço há anos, giríssimo e que, apesar de nunca se ter passado nada entre nós, todos os anos rola um clima super especial. Então estava eu na conversa com ele, já os dois meios com os copos, imagino, falando acerca de qualquer coisa que eu agora não me recordo. E estava uma amiga minha (cinco anos mais velha do que eu) a observar-me. Quando a conversa acabou e cada um foi para seu lado, ela vem ter comigo e diz-me: "Leonor, tu não sabes falar um rapaz.". E com "rapaz" ela não queria dizer qualquer elemento do sexo masculino, mas sim com um ou outro mais específico com quem rolava o tal clima. E eu, espantadíssima, perguntei-lhe porque é que ela dizia tal coisa e ela disse: "Tu estavas a falar com ele como estás neste momento a falar comigo.". Na altura fingi que percebi, engoli aquilo e não toquei mais no assunto (acho que fiquei com o orgulho um bocadinho ferido). Só depois é que percebi que o que me faltava era a tal sensualidade. Nos gestos, nas palavras, em toda a linguagem corporal.
Nunca senti muito a falta dessa tal sensualidade que, ao que consta, não tenho. Ao que parece, todos os que se interessaram por mim foi por outros motivos que não a minha "arte de seduzir". E sim, também é bem verdade que - por sorte ou por azar - a seduzida fui sempre eu, a corte foi-me sempre feita a mim. Só agora, pela primeira vez na vida, sinto que a sensualidade me poderia dar jeito. Agora que, estranha e inconscientemente, interiorizei um objectivo que é precisamente o de seduzir alguém. O problema é que não faço a menor ideia de como o fazer e acho que já é um bocadinho tarde demais para aprender. Não sei ser sexy.

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