quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Ora bem, depois de respirar fundo e estando um bocadinho mais calma, sinto-me minimamente preparada para falar do que se tem passado na minha vida.
Começando pelas férias no Algarve... Tudo indicava que iam ser calminhas, chegando talvez ao patamar de entediantes. Mas, surpresa, não foram! Muito pelo contrário, foram cheias de peripécias. Contar tudo aqui é impossível. Mas posso dizer-vos que começando por amizades um pouco "estranhas", passando por um amor de verão que nunca (apesar de há anos mantermos um clima daqueles de tirar a respiração, com direito a trocas de olhares de fazer corar e a abracinhos de causar arrepios) chegou efectivamente a consumar-se, e acabando com um homem (de 31 anos e pai de um filho, mas lindo de morrer) que se "apaixonou" pela minha pessoa, estes 15 dias passados no Algarve tiveram um pouco de tudo. Até um gatinho adoptei, vejam lá!
Foram duas semanas muito bem passadas, foram sim senhor. Viagens de barco nocturnas com vista privilegiada para a bonita cidade de Tavira, fins de tarde com conversas muito agradáveis na companhia da bela da mini e noites loucas com muitas gargalhadas regadas por gins tónicos que acabavam invariavelmente com a visualização do nascer do sol mais bonito do mundo. Tardes de calor naquela praia que vai ser sempre minha, longos banhos naquele mar interminável que me faz sonhar com outros mundos tão diferentes do meu e cafés com gelo e sumos naturais servidos pelo empregado mais giro e mais simpático de sempre (que disse que eu o matava com o meu olhar). "Imperiais" a 80 cêntimos tiradas pelo velho Sr. Chico, ameijoas e canequinhas de cerveja gelada com vista para a Ria Formosa e bailaricos nas festinhas dos pescadores. Tudo isto e muito mais fizeram das duas primeiras semanas de Agosto 15 dias inesquecíveis. Claro que, como não há bela sem senão, não foram só coisas boas. Algumas intrigas ridículas (para as quais eu já não tenho a mínima paciência) quiseram dar o ar da sua graça, mas foram imediatamente abafadas por tudo o resto que foi tão bom.
Nestes 15 dias consegui abstrair-me quase a 100% de tudo o que me andava a atormentar. Vim de lá rejuvenescida, apesar de triste porque, afinal de contas, estas podem ter sido as minhas últimas férias neste paraíso que já me conhece há 19 anos.
Quando cheguei ao Porto, cansada da viagem e melancólica por aqueles dias terem passado a voar, rebentou a tal bomba. Se há coisa que eu valorizo nesta vida (e já o disse aqui muitas vezes) é a amizade. Não posso afirmar com certeza, mas acho que se calhar e dependendo obviamente de todo o contexto, seria capaz de perdoar uma traição de um homem. Agora a traição de um amigo, nunca! Porque não me entra na cabeça que um amigo possa trair outro. Afinal a amizade é tudo aquilo que a traição não é, certo? A amizade é sinceridade, honestidade, respeito. E a traição não é nada disso. Um amigo verdadeiro não trai, ponto final. E basicamente foi isto que me aconteceu: uma facada nas costas. Dada por uma "amiga" por quem eu era capaz de pôr as minhas mãos no fogo. Uma "amiga" a quem eu contava tudo, que sabia a minha vida, os meus problemas, que conhecia as minhas fraquezas. Uma "amiga" que tinha tudo de mim, toda a preocupação, todo o respeito, toda a Amizade. Que me traiu, que mentiu nos meus olhos, que brincou com os meus sentimentos. E, pior de tudo, podia ter evitado tudo isto. Mas, pura e simplesmente não o fez. Porquê? Por egoísmo. Foi uma grande desilusão. Doeu muito. Ainda dói.
Pensei em afastar-me das duas pessoas em causa por tempos indefinidos (sim, porque existe uma terceira pessoa envolvida), pensei que nunca na vida seria capaz de os encarar. Porque realmente doía muito. Mas agora decidi que não é nada disso que eu tenho que fazer. Tenho e vou aparecer à frente deles de cabeça erguida e com o meu melhor sorriso. Porque, apesar de eles me terem feito passar por otária, eu não tenho nada de que me envergonhar. Não fui eu que fiz asneiras aqui, não fui eu que deitei ao chão a minha dignidade. Foram eles. Foi ela, principalmente.
E assim ponho um ponto final nesta história, esperando sinceramente que ela não me volte a importunar nunca mais.
Entretanto tenho outras coisas com que me preocupar: a curto prazo o meu exame de condução (medo!) e a médio prazo a minha partida para Granada (Erasmus ai vou eu!).
E pronto, era "só" isto.

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