Ora bem, conheço algumas pessoas que vão entrar este ano lectivo na Faculdade e que me questionam, frequentemente, acerca das ditas praxes académicas.
No ano passado, por esta altura, também eu tinha muitas dúvidas sobre a praxe. Quando me fui inscrever na Faculdade fui imediatamente abordada por dois "doutores". Eram os dois do segundo ano, logo não podiam praxar. A função deles, naquele momento, era orientar os caloiros na inscrição e depois propor-lhes a participação numa actividade praxistica. Eu tinha ido com o espírito totalmente aberto, queria experimentar o que havia para experimentar e tentei ao máximo deixar de parte as ideias pré-concebidas que tinha. Posto isto, depois de feita a inscrição, lá fui eu de muito boa vontade participar na tal actividade. Aproximaram-se outros "doutores" (também do segundo ano) que me explicaram mais ou menos em que é que aquilo iria consistir. Basicamente estavam espalhadas várias mesas no pátio da Faculdade em que em cada uma delas estava um grupo de "doutores" e/ou veteranos. Cada grupo ficava encarregue de um caloiro, ao qual iriam aplicar um questionário. Antes de entrar no pátio, os mesmos "doutores" que me explicaram isto, disseram-me por alto algumas das regras da praxe. Não podes olhos nos olhos de nenhum "doutor" que tenha a capa traçada, portanto OLHOS NO CHÃO!, Não podes tocar em nada que seja preto, Sempre que te dirigires a algum "doutor" tens de o tratar por "senhor doutor" ou, caso seja um veterano, por "excelentíssimo veterano" foram algumas das pérolas que me ensinaram naquele instante.
Então lá fui eu, na condição de caloira, com os olhos postos no chão. Direccionaram-me para uma mesa onde estavam cinco "doutoras" e uma veterana. O questionário que me fizeram foi de chorar a rir. Enterrei-me em algumas respostas porque as perguntas, apesar de serem inocentes, estavam feitas de uma forma que levava a outro tipo de interpretações. Passei algumas figurinhas tristes, como dançar e cantar uma música do Quim Barreiros com uma "coleguinha", entre muitas outras coisas engraçadas. Quando acabou, a veterana que estava na minha mesa disse-me que eu podia olhar para ela e explicou-me que eu devia, sempre que estivesse com algum problema, comunica-lo aos meus "doutores". Deu-me a entender que a praxe seria sempre assim - na base da brincadeira, sem faltas de respeito, sem humilhações e sem violência. Gostei muito da experiência e fiquei super expectante relativamente à praxe propriamente dita.
No dia seguinte fui para a praxe e foi uma desilusão. Ainda voltei a ir lá mais duas ou três vezes só para ter a certeza de que não gostava mesmo daquilo. O ambiente não era bom, não se faziam coisas engraçadas ou divertidas. Supostamente o objectivo era fazer com que os caloiros se conhecessem uns aos outros, mas nem sequer nos deixavam falar. Como não gostei, não voltei a ir. Mas conheço muito boa gente que não gostava, aliás, odiava, mas que mesmo assim continuou a ir, a martirizar-se. Não percebo. Eu não fui à praxe e não foi por isso que fui posta de parte. Eu não fui à praxe e não foi por isso que não consegui fazer amigos na faculdade. Eu não fui à praxe e não foi por isso que perdi as maiores e as melhores festas académicas. Não, nada disso. Eu não fui à praxe e nunca me senti posta de parte, fiz amigos, alguns que iam à praxe, outros não. E, quanto às festas, devo ter ido a todas. E se não fui, foi porque não quis, e não por não ter ido à praxe.
Isto tudo só para dizer que não, não sou anti-praxe nem nada que se assemelhe. Simplesmente acho que só devemos fazer aquilo de que gostamos, só devemos estar onde nos sentimos bem. E há muita gente que vai há praxe porque gosta mas também há muita gente que vai só por obrigação e medo das represálias de que poderá vir a ser alvo se não for. Também é um facto que a praxe varia muito de Faculdade para Faculdade. Apesar de tudo, sempre que me pedem uma opinião sobre a praxe, sempre que me perguntam se devem ou não ir, eu respondo sempre o mesmo: que devem ir, que devem experimentar e que devem ter uma opinião própria sobre o assunto. Se gostarem, devem ir claro. Se não, acho que não faz muito sentido. Mas isso sou eu.
No ano passado, por esta altura, também eu tinha muitas dúvidas sobre a praxe. Quando me fui inscrever na Faculdade fui imediatamente abordada por dois "doutores". Eram os dois do segundo ano, logo não podiam praxar. A função deles, naquele momento, era orientar os caloiros na inscrição e depois propor-lhes a participação numa actividade praxistica. Eu tinha ido com o espírito totalmente aberto, queria experimentar o que havia para experimentar e tentei ao máximo deixar de parte as ideias pré-concebidas que tinha. Posto isto, depois de feita a inscrição, lá fui eu de muito boa vontade participar na tal actividade. Aproximaram-se outros "doutores" (também do segundo ano) que me explicaram mais ou menos em que é que aquilo iria consistir. Basicamente estavam espalhadas várias mesas no pátio da Faculdade em que em cada uma delas estava um grupo de "doutores" e/ou veteranos. Cada grupo ficava encarregue de um caloiro, ao qual iriam aplicar um questionário. Antes de entrar no pátio, os mesmos "doutores" que me explicaram isto, disseram-me por alto algumas das regras da praxe. Não podes olhos nos olhos de nenhum "doutor" que tenha a capa traçada, portanto OLHOS NO CHÃO!, Não podes tocar em nada que seja preto, Sempre que te dirigires a algum "doutor" tens de o tratar por "senhor doutor" ou, caso seja um veterano, por "excelentíssimo veterano" foram algumas das pérolas que me ensinaram naquele instante.
Então lá fui eu, na condição de caloira, com os olhos postos no chão. Direccionaram-me para uma mesa onde estavam cinco "doutoras" e uma veterana. O questionário que me fizeram foi de chorar a rir. Enterrei-me em algumas respostas porque as perguntas, apesar de serem inocentes, estavam feitas de uma forma que levava a outro tipo de interpretações. Passei algumas figurinhas tristes, como dançar e cantar uma música do Quim Barreiros com uma "coleguinha", entre muitas outras coisas engraçadas. Quando acabou, a veterana que estava na minha mesa disse-me que eu podia olhar para ela e explicou-me que eu devia, sempre que estivesse com algum problema, comunica-lo aos meus "doutores". Deu-me a entender que a praxe seria sempre assim - na base da brincadeira, sem faltas de respeito, sem humilhações e sem violência. Gostei muito da experiência e fiquei super expectante relativamente à praxe propriamente dita.
No dia seguinte fui para a praxe e foi uma desilusão. Ainda voltei a ir lá mais duas ou três vezes só para ter a certeza de que não gostava mesmo daquilo. O ambiente não era bom, não se faziam coisas engraçadas ou divertidas. Supostamente o objectivo era fazer com que os caloiros se conhecessem uns aos outros, mas nem sequer nos deixavam falar. Como não gostei, não voltei a ir. Mas conheço muito boa gente que não gostava, aliás, odiava, mas que mesmo assim continuou a ir, a martirizar-se. Não percebo. Eu não fui à praxe e não foi por isso que fui posta de parte. Eu não fui à praxe e não foi por isso que não consegui fazer amigos na faculdade. Eu não fui à praxe e não foi por isso que perdi as maiores e as melhores festas académicas. Não, nada disso. Eu não fui à praxe e nunca me senti posta de parte, fiz amigos, alguns que iam à praxe, outros não. E, quanto às festas, devo ter ido a todas. E se não fui, foi porque não quis, e não por não ter ido à praxe.
Isto tudo só para dizer que não, não sou anti-praxe nem nada que se assemelhe. Simplesmente acho que só devemos fazer aquilo de que gostamos, só devemos estar onde nos sentimos bem. E há muita gente que vai há praxe porque gosta mas também há muita gente que vai só por obrigação e medo das represálias de que poderá vir a ser alvo se não for. Também é um facto que a praxe varia muito de Faculdade para Faculdade. Apesar de tudo, sempre que me pedem uma opinião sobre a praxe, sempre que me perguntam se devem ou não ir, eu respondo sempre o mesmo: que devem ir, que devem experimentar e que devem ter uma opinião própria sobre o assunto. Se gostarem, devem ir claro. Se não, acho que não faz muito sentido. Mas isso sou eu.
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