Voltaram a encontrar-se. Exactamente duas semanas depois. Na mesma paragem, a mesma hora, à mesma hora. Ele temia que ela já não se lembrasse dele, mas percebeu imediatamente que estava enganado. Ela corou mal se apercebeu da sua presença. Quando chegou, ele perguntou as horas a uma senhora velhinha que também esperava pelo autocarro. A senhora disse que não tinha relógio. Ela, como que instintivamente, respondeu-lhe. São quatro e um quarto. Ele respondeu com um tímido "obrigado", enquanto ela já se sentia arrependida da sua intervenção. Aposto que me vai achar oferecida - pensava. Mas estava tão enganada... Ele tinha adorado ouvir a voz dela de novo, mas desta vez tinha outro gosto, por ser dirigida a si. Depois do dia difícil que estava a ter, aquele pequeno contacto tinha-lhe sabido pela vida.
O autocarro chegou, outra vez. E, outra vez, apesar de estarem com pressa e com pessoas à sua espera, ambos desejavam continuar ali naquele limbo, naquele vai-não-vai-mas-que-quer-muito-ir. O destino (também) era o mesmo: Sonhos.
O autocarro chegou, outra vez. E, outra vez, apesar de estarem com pressa e com pessoas à sua espera, ambos desejavam continuar ali naquele limbo, naquele vai-não-vai-mas-que-quer-muito-ir. O destino (também) era o mesmo: Sonhos.
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