...quando eu ganhar juízo conto-te a história de uma vida levada de improviso. Pode ser que deite a cabeça no teu regaço e aprenda a derramar uma lágrima por cada passo errado. E pode ser que nesse dia diga que te amo, perca o medo de te falhar, assuma prejuízo e o dano. As minhas cicatrizes só mostram o superficial e nisso podes crer que eu sou um amador profissional, ou antes um amante, consoante a variante. Do pouco que eu sei, eu sei que já perdi bastante. Quero ser uma constante na equação da tua vida. Pode ser que seja hoje, pode ser que hoje não, pode ser que o destino se arme em brincalhão. Pode ser que ganhe juízo, pode ser de improviso, pode ser que arranje um guizo para seguir o teu sorriso. Pode ser que seja hoje, pode ser que hoje não, pode ser que o destino se arme em brincalhão.
Um dia destes. pode ser que seja hoje. Seja hoje, então, que eu abro mão do meu coração de ladrão perdido num sonho tecnicolor de outra dimensão do faz-de-conta, com as verdades que vou negando com brincadeiras, com as promessas que vou achando serem verdadeiras. No final do dia deixam todas um sabor amargo, no final do beijo, do cortejo, do desejo… Quando eu abro o lençol, ele é fantasma de caras, anjos e fadas, rainhas raras. Sempre perto da loucura, sempre sol de pouca dura. Eu meto água na fervura disfarçando com brandura (tenho medo que o feitiço vire o feiticeiro). Eu tenho medo que desta vez partas tu primeiro. Tenho tanto medo que talvez compre um rafeiro, perca o medo de uma vez e te ganhe por inteiro. Um dia destes.
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