terça-feira, 24 de dezembro de 2013

(Porque o Natal também é nostalgia)

É engraçado. Sei dizer especificamente o momento em que me apaixonei por ti. Aquele instante que mudou tudo. Aquele segundo em que perguntei, de forma discreta, logo depois de te ter cumprimentado, “quem é este teu amigo?”. Uma resposta. Olhei para ti, “ah, então é ele!”. Pois, é ele, ele é que é o tal. Isto aconteceu. Foi ali, naquele momento. Lembro-me como se tivesse sido agora mesmo. E sinto o coração a bater mais depressa, tal como senti ali, naquele sítio, naquela noite. Desde esse dia que me apaixonei e me desapaixonei por ti mil vezes, um milhão de vezes. Apaixono-me por ti sempre que te olho nos olhos. Sempre que te vejo sorrir. As tuas covinhas são o meu ponto fraco. E é aí que me desapaixono. Quando tenho a perceção perfeita de que me dominas, de que estou presa a ti. Estou presa em ti e não sei como me libertar. E aquela liberdade que eu tinha, que eu tanto valorizava e gabava a todos? Roubaste-ma naquele instante, no instante em que me apaixonei por ti.
É engraçado. Sei dizer especificamente o momento em que me deste a mão pela primeira vez. E eu, que já estava apaixonada, apaixonei-me outra vez. E outra e outra e outra. Vezes incontáveis, seguidas, num mesmo momento. Apaixonei-me todos os 365 dias em que não te vi, em que não te toquei, em que muitas vezes nem te falei nem ouvi a tua voz.
Apaixonei-me outra vez no momento em que não me quiseste. A rejeição tem destas coisas. Conhecemo-nos no momento errado, dizias tu. Ainda que nos tivéssemos conhecido há tantos anos atrás, quando ainda nem sabendo o que era o amor, nos amamos perdidamente. Da forma mais pura, como só as crianças sabem amar. Nunca disse que te amava. Nunca disse que te adorava. Nunca sequer disse que estava apaixonada por ti.

Estou apaixonada por ti. Adoro-te. Amo-te. Agora, neste preciso momento. Sei que no próximo segundo me vou desapaixonar. No momento em que a consciência voltar. “Ele não me quer, odeio-o!”. Por fim, fecho os olhos. Amo-te outra vez.  

sábado, 27 de julho de 2013

Um ano depois

E agora, a umas horas de ele chegar, sinto-me completamente perdida. O coração bate acelerado e sinto vontade de chorar. Sei que se chama ansiedade e que é normal, tento mentalizar-me disso. Mas estou demasiado nervosa. Não consigo deixar de pensar no enorme "SE" que me assombra há um ano. E se não correr bem? E se nada for como eu esperava? E se ele voltar uma pessoa completamente diferente? E se eu me tiver tornado numa pessoa completamente diferente? E se formos demasiadamente diferentes um do outro? 
Bem sei que devia pensar positivo e no quão bom é ele estar de volta. É claro que me sinto feliz pelo regresso dele, mas, ao mesmo tempo, este aperto enorme no peito quase não me deixa respirar.

domingo, 7 de julho de 2013

sexta-feira, 24 de maio de 2013

#sentimentosmudam

Quando gostamos verdadeiramente de alguém, quando estamos mesmo apaixonados não conseguimos - ou é, pelo menos, muito difícil - imaginarmos-nos sem nutrirmos esse sentimento por essa pessoa. Não quer dizer que achamos que o sentimento vai durar para sempre, mas parece que nos esquecemos de como nos sentíamos antes daquela pessoa aparecer e de o sentimento surgir e, por isso, não nos conseguimos projectar no futuro sem incluirmos esse mesmo sentimento. Ele (re)apareceu na minha vida há quase 10 meses atrás e eu apaixonei-me. A partir desse momento nunca pensei no que seria viver sem estar apaixonada por ele. Sabia que ele ia viver um ano para fora, projectei muitos cenários para "nós", mas em nenhum deles eu deixava de sentir o que sentia. Por isso, agora, me sinto tão estranha. Saber que faltam pouco mais de dois meses para ele voltar e que passei nove meses sempre com ele no meu coração, com um sentimento tão profundo, tão íntimo... E agora - puff! - ele continua a ser especial, continuo a querer que ele volte e a querer vê-lo de novo, mas a ansiedade não é a mesma, a vontade não é a mesma e o sentimento... temo que também já não seja o mesmo. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

E, pela primeira vez ao fim de muitos meses, voltei a sentir borboletas na barriga.
Do outro lado do oceano não recebo nada mais do que um silêncio gelado. A ver se daqui a três meses, quando a distância findar, já não é tarde demais.

sábado, 4 de maio de 2013

Palavra

Vivo convencida de que o esqueci. Vivo convencida de que posso viver sem ele. Interiorizo isso e chego mesmo a acreditar. Depois bebo uns copos, divirto-me. Sempre a fingir que ele não existe e que nunca existiu. Se me quero referir a ele digo "tinha uma amigo meu que...". Não digo o nome dele. Controlo-me e levo a promessa que fiz a mim mesma a sério. Mas quando chego a casa, tonta e sozinha, enganada pelo álcool que me corre no sangue, só o vejo a ele. Sou invadida por uma vontade enorme de lhe falar, como se a minha vida dependesse disso. Sinto a falta dele e dói-me como se me arrancassem o coração a sangue frio. Mais uma vez controlo-me, mas concluo que isso me custa mais do que a humilhação de ser desprezada.
Mas fiz uma promessa a mim mesma. Palavra de honra. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Aquele momento em que concluis que aquela pessoa de quem tu gostas muito, demasiado, genuinamente, te trás mais coisas más do que boas. Não em quantidade (porque as coisas más são efectivamente menos), mas em força. As coisas boas já não se sobrepõem às más, já não as anulam. Percebes que sofrer é uma opção e que não queres seguir esse caminho. E nessa altura choras. De tristeza, de desapontamento mas, acima de tudo, de alívio. Admites que o "SE" é do tamanho do oceano que vos separa. Pões um ponto final, fazes juras e promessas a ti mesma e segues em frente. Não olhas para trás porque sabes que se o fizeres, jamais voltarás a olhar para a frente.

"Fim!"